quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Voltar e se encaixar

Voltar, depois de um longo tempo fora é como tentar se encaixar num quebra-cabeças onde você já estava encaixado antes...
Você já passou pela experiência de passar um bom tempo longe de casa, ou dos amigos? Se já, reparou como é interessante a sensação de voltar? Não sei se com você aconteceu o mesmo que comigo, mas a sensação que tive é que no quebra-cabeças onde meu espaço já estava garantido, minha pecinha não cabia mais em lugar nenhum, nem mesmo onde já estava encaixada!


Eu sei, isso é estranho (ainda mais uma reflexão "psicológica" dessas vindo de quem veio!). Nem eu sei muito bom o porquê de estar escrevendo isso, mas eu estava querendo compartilhar com alguém. A volta pra casa foi boa, por eu estar novamente entre as pessoas que amo. Ainda assim, não pude negar um fato: enquanto estive lá no sul do país "tocando a minha vida", todas as pessoas com quem convivia fizeram o mesmo. Enquanto eu "crescia", os outros fizeram o mesmo. E coisas que tínhamos em comum antes, foram mudando com o passar do tempo. Ou, em outras palavras, coisas que nos mantinham "juntos" (como os encaixes de um quebra-cabeça), já não eram tão fortes assim, ou simplesmente deixaram de existir.


Daí então, quando você volta, precisa se readaptar não somente ao ambiente ao seu redor, mas às pessoas que você conhece também! E diga-se de passagem essa última consegue ser mais difícil do que se reacostumar com o fato de a sua cidade ter a passagem de ônibus custando R$ 2,30, R$0,20 mais cara do que na cidade onde você estava!


Definitivamente, é estranho se sentir um completo estranho num ambiente onde antes você se sentia em casa. Aliás, enquanto a ficha não cai, até sua casa vai parecer estranha! É complicado se sentir sozinho no meio das pessoas que você conhece! 


Mas, como diria o cobrador do ônibus, "tudo na vida é passageiro". Esse sentimento passa. Você descobre que o "tô fora do jogo" era tudo coisa da sua cabeça. Basta um "olá" caloroso e pronto, todas as ideias negativas se vão, e um sentimento de "é, agora estou de volta" toma conta de você. E foi justamente isso que aconteceu comigo lá na UFAL. Assim que cheguei, me senti como um calouro, perdido e sozinho. Mas à medida que ia fazendo novos amigos e revendo "os velhos" - sendo bem recebido por ambos os grupos - consegui encontrar um espaço pra me encaixar no tal quebra-cabeça. Não era o mesmo que há 2 anos, mas consegue ser tão bom quanto, bem próximo daqueles que no último post do finado "dgp" chamei de "família" (e que ainda merecem esse título!).


Voltas são difíceis? Depois desse primeiro mês em casa, aprendi que elas podem sim ser difíceis, depende de como você encara a situação. Contudo, se você busca aqueles "pontos de refúgio", chamados "melhores amigos [que alguém pode ter], sempre vai encontrar um ombro pra reclinar a cabeça ou um caloroso "oi, como você está?" para alegrar seu dia. E tanto faz se você os conhece há 2 anos ou há 14. Se for um verdadeiro amigo, é tão "pra sempre" quanto um verdadeiro amor. E se encaixar novamente se torna uma experiência e tanto. Vá por mim!


P.S.: Mais alguém acha esse texto muito diferente do que esse blog já mostrou até agora? (risos)

sábado, 18 de fevereiro de 2012

"Pulando" o carnaval


Vou ser sincero: eu estava completamente alheio ao fato de que o carnaval, esse ano, não seria em março, como no ano passado. A ideia de não ter que ouvir alguém na televisão dizendo "(...) e tem o desfile das escolas de samba de São Paulo, ao vivo! (...)" em fevereiro me deixava reconfortado, pois eu estava crente de que teria pelo menos mais um mês para me preparar psicologicamente para o fuzuê que se aproximava.


Mas o calendário me passou a perna, e quando percebi, já estava caminhando por entre desenhos de gente dançando frevo, trios elétricos, gente vestindo abadás,  e carrinhos de som vendendo CDs com marchinhas de carnaval da época em que não havia nem CD para colocá-las!


É incrível como as pessoas se mobilizam para as festas de Momo. Tem gente que faz uma enorme operação logística para estar nos lugares mais 'bacanas", no meio das pessoas mais "doidon... er,  quer dizer, descoladas", pra "festar" (como diria minha avó) até o  "sol raiar" (rimou!). E todo mundo morre de medo de que dê algo errado e a folia vá para as cucuias. Em Salvador, por exemplo, a greve dos policiais terminou aos 45 do segundo tempo, e assim como o Grinch salvou o natal, o carnaval foi salvo lá. No Rio também começou uma greve dos policiais, que deu uma trégua para não atrapalhar os foliões. (e pode apostar que em ambos os casos, teve gente que deu um grande suspiro de alívio quando soube que a festa estava garantida!) E a paranóia de uma greve da polícia no país inteiro tirou o sono de muita gente, inclusive aqui em Alagoas. 


Francamente falando, não vejo muita graça no carnaval. Prefiro ficar em casa, vendo alguns filmes e jogando videogame (tá, esse último na época em que eu ainda tinha um), do que ficar pulando atrás do trio elétrico - o que desmente aquela música que diz "atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu". Mas não vou ficar aqui dando uma de chato, criticando quem gosta. Espero que o carnaval acabe logo, pois assim podemos começar o ano oficialmente, não?! 
Pra você que gosta, aproveite, pois o próximo carnaval é só no ano que vem! Mas aí, juízo, caramba! Quando o carnaval acabar, ainda tem um ano inteiro pela frente! 


É isso. Vou passar uma semana fora daqui. Volto depois que as cinzas de quarta baixarem!

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Prefácio...

O Pereira sou eu!
Crise. Essa é a palavra da vez. Parece que todos os setores da sociedade estão passando por algum tipo de problema. E nós no meio disso tudo.
Aliás, "nós" é muita gente. Como você já deve saber, estive fora nesses últimos dois anos, servindo como missionário de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos últimos Dias (popularmente conhecida como "a igreja dos mórmons"). Apesar de eu e todos os outros missionários estarmos conversando com pessoas todos os dias, as notícias do "mundo lá fora" parcamente chegavam até nós. Digamos que de uma forma ou outra, eu estava "assistindo" ao mundo, e não exatamente participando das coisas que estavam acontecendo ao meu redor.
As poucas notícias que tive me deixaram com um certo "receio" de voltar pra casa. Preferia continuar lá no Paraná a ter que voltar pra Maceió e enfrentar um daqueles "arrastões" randômicos que estavam acontecendo aqui há alguns meses!
Contudo, chega uma hora em que a realidade bate na sua porta, e é hora de descer do trem. Na missão isso acontece quando você completa seus dois anos. Sair da missão e voltar pra casa te dá a sensação de cair de paraquedas no meio de um campo minado, durante a ofensiva inimiga!


Não, não estou sendo dramático nem nada do tipo. Mas pense comigo: durante dois anos da sua vida você sai ajudando várias pessoas, muitas das quais você nem imaginava que encontraria, mas que passa a amar quase que instantaneamente; ao mesmo tempo em que as ajuda a conhecerem e a seguirem Jesus Cristo. Óbvio que o "nível" durante a missão é outro. Daí, quando você fisicamente está acabado, mas espiritualmente a mil, chega a hora de encerrar o que você está fazendo e ir "viver sua vida" em casa. É como a morte: você sabe que vai chegar, mas não sabe como irá recebê-la.
Da noite pro dia, literalmente, "acaba" sua missão de tempo integral. Você deixa de chamar atenção - é impressionante a maneira como as pessoas olham para os missionários: dois 'seres" estranhos andando de camisa branca e gravata debaixo do sol, te parando no meio da rua, pedindo pra visitar a sua casa e falar com toda a sua família! Quando um missionário volta, deixa de usar aquela plaqueta preta no bolso e passa a ser "mais um na multidão". E é nesse ponto de transição que a "ficha" precisa cair o mais rápido possível, porque assim que você aporta em casa, já tem que correr atrás dos próximos passos do resto de sua vida!


E é nesse ponto que estou agora. Feliz por ter servido uma missão e ter passado por Cambé, PR; Marília, SP; Apucarana. PR; Londrina, PR; e Presidente Prudente, SP. Feliz também por todas as pessoas que conheci, até aquelas que por simples ignorância, ou razões religiosas, foram rudes - no sentido mais "rude" da palavra -  comigo ou com algum de meus companheiros. 
Aliás, também fiquei muito feliz de poder ter trabalhado com Michael TeNgaio, do Havaí, EUA; Thiago Assunção, de Fortaleza, CE; com Luiz Guilherme Cavalcanti, de Feira de Santana, BA; Andrew Fellows, de UTAH; Colin Skillings, também de UTAH; José Sepúlveda, do Piauí; Cameron Leavitt, da Califórnia, EUA; Devin Flake, do Arizona, EUA; Adam Webb, de Montana, EUA; Blake Douglas, de UTAH; Devin Buttars, de Idaho, EUA; e  Emanuel dos Santos, de Currais Novos, RN. Aprendi muito com cada um deles. Aliás, muitas das palavras que repito hoje em dia, incluindo o novo nome do blog, advinha com quem aprendi!
Nós missionários... aliás, quando estamos servindo missão, temos um casal especialmente chamado pra cuidar de nós, designados como o Presidente de missão e  sua esposa, a quem chamamos de "Sister". Na missão onde servi, tive a chance de trabalhar junto ao Presidente Eduardo Tavares e sua esposa, Sister Fátima Tavares. Também aprendi muito com eles, e sou extremamente grato pelo cuidado e amor que eles tiveram por mim, enquanto estive longe de minha família "de sangue"


Enfim. Como eu já disse, a missão de tempo integral chegou ao fim, e agora cá estou eu, no meio de uma crise mundial, nacional, pessoal. Mas sinto que o futuro nos reserva coisas muito boas. Estou otimista. Aliás, tão otimista - agora uma coisa não tem nada a ver com a outra - que mudei até o nome do blog. Esqueça a sigla "DGP" (já contei que essa era a sigla do meu nome?! Sim, essa foi a ideia mais criativa que tive!). Uma das expressões que aprendi com os americanos foi "What the heck?!" (quando você está surpreso com algo que aconteceu). Como já existe um blog com esse nome, e eu estava querendo um nome novo, tirei o "heck" da expressão e voilá, um novo título para o blog!   
Vamos nos ver bastante por aqui. Espero que vocês tenham paciência pra me aguentar mais um pouco (risos)!


Um forte abraço e até a próxima!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

"Podemos recomeçaaaar (...)"


Antes de começar oficialmente os trabalhos por aqui, gostaria de dizer que estou de volta! Depois desse hiato de dois anos em que estive fora (servindo como missionário), estou "religando" as máquinas por aqui. Fico animado com o que o futuro nos reserva... e não, o mundo não acaba esse ano!
Ah, e o nome do blog mudou. Esqueça o velho "DGP". Bem vindo ao novo "What the...?!" (expressão que aprendi com os missionários americanos. Agora eu repito isso com uma certa frequência...)!
Nos vemos em breve!!!!!