quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Um olho em 2009 e um pé em 2010!

10...9...8...7...6...5...4...3...2...1... Feliz ano novo!!

O fim do ano chegou e junto com ele aquelas avaliações do que fizemos no ano que se finda e aquelas promessas para o ano que está chegando, sempre na base do "vou começar aquela dieta" ou "vou parar de fumar/beber/ [inclua um vício aqui]. Eu não sou muito de gostar dessas coisas (acho muito mais interessante começar o ano sem esperar nada em especial... se bem que no meu caso é quase assunto de segurança nacional!), mas, como isso é tradição, vou fazer essas avaliações e especulações também, mas no estilo dgp, ou seja, dando uma rápida olhada no que andou acontecendo no fabuloso mundo da comunicação!

Vamos começar pelo mais óbvio: a queda da obrigatoriedade do diploma para exercer a profissão de jornalista. Essa derrubada ocorreu graças ao ministro Gilmar Mendes, presidente do STF, que, dentre outras "pérolas" ditas durante a leitura da sentença, disse que para ser cozinheiro ou costureiro não era necessário diploma, então por que razão os jornalistas precisariam?! Certo que além de não ter lógica nenhuma, essa decisão fez com que os profissionais e os estudantes de jornalismo se unissem em torno de um objetivo comum: a volta da obrigatoriedade. Para isso, vários atos ocorreram em todo o país, abaixo-assinados correram no site da FENAJ (a Federação Nacional dos Jornalistas) e pessoas demonstraram sua repulsa à essa decisão das mais variadas maneiras (inclusive esse que vos fala). Meses depois dessa polêmica decisão (idiota), o diploma continua dispensável, mas o senado já está se movimentando para torná-lo obrigatório novamente! Torço para que 2010 seja o ano em que nós, jornalistas, profissionais ou estudantes, possamos voltar a crer que a política nesse país, quando quer, funciona. (isso ou um meteoro gigantesco caindo na cabeça do Gilmar Mendes... o que acontecer primeiro)

Outra coisa que também marcou 2009 foi a guerra que ocorreu entre emissoras e institutos de pesquisa. Ataques da Globo para a Record/Igreja Universal, da Record para a Globo, da Record para o SBT, do SBT para a Record e finalmente, da Record para o IBOPE. Para o ano que vem, podemos esperar um outro ataque: do SBT para o IBOPE (a emissora do SS não anda muito feliz com os números do instituto). Tá certo que esses ataques são previsíveis e até certo ponto, interessantes de assistir. O problema vai aparecer de fato quando as emissoras se esquecerem da qualidade e da ética durante essa guerra pela audiência. Se isso acontecer, todos saem perdendo: os telespectadores, por perderem seu tempo vendo esse "show de infantilidade"; e as emissoras, que jogarão sua credibilidade pelo ralo.

Esse ano que termina ficou conhecido também como o ano em que a religião tomou um espaço fora do comum na mídia (leia-se, TV). Esqueça os famosos aluguéis de horários variados nas grades das emissoras. A moda, lançada pelo apóstolo Valdemiro Santiago (o criador do "Trízimo"), agora é arrendar toda a programação de emissoras, como aconteceu com a REDE 21, em São Paulo, e com a TV Alagoas, em Maceió. Essas duas emissoras, com a chegada da igreja Mundial, tiveram suas programações próprias reduzidas a somente algumas horas. Esses arrendamentos levaram a diretoria do SBT (que perdeu a TV Alagoas para a igreja) até o ministro das comunicações, para reclamar pessoalmente disso. Os frutos dessas reclamações começaram a aparecer timidamente, na forma de novas regras para a venda de horários nas emissoras. Para o ano que vem, algumas delas, como a REDE TV! e a BAND, prometem tirar de vez, ou reduzir e colocar no ar mais tarde, os horários vendidos, seja para "infomerciais", seja para as igrejas. Esperamos que isso ocorra de fato (aqui em Maceió só sobraram 2 emissoras grandes na TV aberta: a Record e a Globo).

Mas nem só de "atos duvidosos" viveu a comunicação em 2009. Muitas coisas positivamente interessantes aconteceram, como a dança das cadeiras entre as emissoras: Roberto Justus, (que está muito mal na audiência) Eliana, Richard Hasmussen, Roberto Cabrini, Thiago Santiago, Eleonor Correa e Paulo Franco deixaram a Record e foram para o SBT. Gugu (a contratação mais improvável) e a bióloga Manu Karsten foram do SBT para a Record, ao passo que Marcos Mion, Vitor "Mionzinho" Coelho, Felipe Solari e João Gordo, todos da MTV, também foram para a Barra Funda. Jack Cury, ex- Rede TV!, fez o mesmo caminho. André Vasco saiu da Band e foi para o SBT. Débora Vilalba deixou a Record e foi para a Band. Amanda Françoso saiu da Gazeta de São Paulo e também foi para a Record. Para essa lista não ficar maior, não vou citar os atores que também mudaram. Basta citar que Márcio Garcia, ex-Record-atual-Globo anda muito mal das pernas em sua nova casa. Enfim, esse ano foi uma loucura e ano que vem a coisa promete ser pior, já que algumas emissoras estão com seus canhões apontados para suas concorrentes. E esses canhões, diga-se de passagem, estão cheios do "vil metal"!

Pra encerrar essa retrospectiva "dgpdiana" da comunicação, falta falar sobre esse blog que você está lendo. Como esse é, sem sombra de dúvida, o último post de 2009, já posso falar em números. Durante os 6 meses de existência, foram publicados aqui 60 posts (uma média de 10 por mês... caramba, não achei que chegaria a tanto!). Mas, diferente do início dos tempos (ou seja, julho desse ano), o material postado aqui não se limitou a textos. Teve de tudo, desde posts só com imagens (que se ainda estivessem por aqui fariam o número subir para 62) ou baseados em vídeos (como meus queridos "herrar é umano"), passando para meu favorito: o "dgCAST", que é o podcast do dgp, produzido em parceria com meus caros amigos de jornalismo 2009.1 da UFAL. Até agora só foram produzidas três edições. Duas foram postadas aqui (as gravações #0 e #2 [que foi ao ar como a número 1]). A verdadeira #1 foi sumariamente censurada por nós mesmos (pegamos um pouco pesado demais em alguns assuntos...). Também merecem destaque os incríveis comentários feitos pelos leitores do blog (alguns renderam assunto por semanas e mais semanas!). Até que para um blog despretencioso e quase sem divulgação, o dgp se saiu bem demais! (modéstia à parte... mesmo que os inativos "A cidade e eu" e "Tagarelo" tenham mais acessos... mas isso já é outra história! =D)

Pessoalmente falando agora, 2009 foi um ano muito bom. Mesmo que algumas coisas meio chatas teimassem bastante em aparecer, não tenho do que reclamar! Bom seria se 2010 começasse como terminou 2009: pra cima e com aquela vontade de "de novo, de novo" (como já diriam os Teletubies...). Se, infelizmente, você não pode concordar comigo a respeito do quão legal foi 2009, tente ao máximo fazer com que 2010 seja diferente, para que, ao fim dele, você também possa estar pedindo por mais alguns dias (ou por anos de 13 meses... como queira!). Um novo ano já está aí, e com ele chega o fim do dgp (fevereiro é o mês derradeiro). Se alguma coisa na sua vida precisar "sair pela esquerda" a partir de sexta, fique feliz: se alguma coisa sai, é para outra melhor entrar! Feliz ano novo e fique atento para o que os comunicólogos andam aprontando por aí, pois "eles estão à solta, mas nós estamos correndo atrás"! kkkkkkk

P.S.: se uma das suas promessas para 2010 foi a de encerrar sua vida virtual em favor de uma vida mais, digamos, real, aqui vai uma dica: o site WEB 2.0 SUICIDE MACHINE te ajuda a deletar suas contas (ou, nas palavras do site, se "suicidar" virtualmente) nos principais sites estrangeiros de relacionamento, como o Twitter e o Facebook (sorry, nada de Orkut ainda) em questão de minutos, e sem a necessidade de fazer todo a "operação deleta" manualmente. Segundo alguns dos "suicidas", suas vidas melhoraram 25% depois de utilizarem o serviço (fica a pergunta: como eles conseguiram quantificar isso?!). Também nas palavras do site, se você quer "conhecer seus reais vizinhos de novo" em 2010 e deixar de ser um viciado em redes sociais, esse é seu site! Mas atenção: o processo é irreversível!! [R7]

ATUALIZAÇÃO, 05/01/2010_ Opa, o FACEBOOK não permite mais o suicídio assistido pelo Web Suicide Machine. Segundo comunicado, a "máquina de suicídio virtual" viola alguns dos termos de uso do site, já que ela coleta informações dos usuários, caracterizando "violação de privacidade". Se você quiser se livrar da conta no FACEBOOK, vai ter que usar as ferramentas disponibilizadas pelo próprio site de relacionamento. Porém o serviço ainda vale para o Twitter e o LinkedIn. Outra coisa: de acordo com o site CNet, o suicídio não é 100% garantido, já que nas contas de alguns usuários ainda podia ser visto um grande número de amigos (o serviço se propõe a deletar todos eles). Mas pelo menos uma coisa funciona: no lugar da foto do usuário, é colocada a imagem de uma foca rosa (?!?!?!?!?), símbolo/mascote do site de suicídios virtuais! [R7, de novo!]

P.S.: a imagem que ilustra esse post também pode ser vista no blog dos repórteres da Record! É... tivemos a mesma fonte e nem somos jornalistas no mesmo nível! =D

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Nem Papai Noel aguenta!

O que será que o casal Noel está assistindo?!

Todo fim de ano é a mesma coisa na TV: as emissoras preparam uma tonelada de especiais de seus programas, bolam uns programas novos, temáticos e escalam uns filmes especiais que lembram o natal ou o ano novo, tudo para "tentar confortar" aquelas centenas de pessoas que passam essas datas em casa, em frente à TV, porque não conseguiram se programar, por pura incompetência, para ir a algum lugar comemorar com a família, os amigos ou um bando de estranhos (ou isso, ou essas pessoas não têm amigos...) ou então, as que gostam de assistir TV nessas datas (e que não tem nada melhor pra fazer!)!

Até aí, problema nenhum. O "bicho pega" quando paramos pra analisar o "cardápio", onde vemos que a quantidade de programas é ótima, já a variedade e, principalmenete, a qualidade... quanta diferença!

Quer a prova? Numa emissora temos um cantor que todo ano tem um "especial" e todo ano canta as mesmas músicas. Esse ano ele ganhou um concorrente, aquele empresário que cismou que sabe cantar (e até canta, mas MUITO mal!! E pensar que um dia ele disse que vai ter a mesma voz do Sinatra... sonha, rico!). Também temos um punhado de programas "especiais" de natal e ano novo, além de filmes "especialmente" escolhidos para a ocasião, a famosa Missa do Galo, celebrada pelo papa e transmitida pela Globo, pela Canção Nova, pela Rede Vida, Aparecida (uma muito parecida com a outra...) e uns shows com os artistas do momento cantando (em playback) os seus maiores "sucessos". Agora, pra melhorar, leve em conta o fato de que a maior parte das emissoras tem sua versão para cada um desses programas!

Você reparou que eu escrevi especial entre aspas?! Pois é, nada ali nos especiais de fim de ano merece esse título, por alguns motivos. Primeiro, se é especialmente escolhido, por que todo ano eles repetem a mesma coisa?! Poxa, antes de vir escrever esse texto, eu dei uma olhada na Globo e advinha, estava passando "Meu pai é noel" de novo! Isso sem falar nos filmes sobre a vida de Jesus: parece que cada emissora tem um único filme que se repete todo ano, sempre no mesmo horário (e até me assusta um pouco, pois eu vi na internet que hoje, 25, a Record vai passar um filme das duas da tarde até às oito da noite [longo, hein?!]). Outra coisa que também se repete todo ano são os cantores do tal "Show da Virada", o que nos leva a dois possíveis questionamentos: ou a parada de sucesso já está literalmente parada ou a Globo já não tem mais a quem chamar; e por aí vai...

Coitados dos que, assim como eu, passam essas festas de fim de ano em casa (eu não faço isso em todos os anos, mas em grande parte deles sim). A programação da TV, feita "especialmente" para aqueles "deixados pra trás" é extremamente chata e repetitiva. Não tudo, claro, mas a grande maioria da programação.

Mas, cá entre nós, acho que isso já é feito de propósito. Com uma programação insuportável na TV, a pessoa se sente impelida a sair de casa, nem que seja pra ficar "sentado na porta, vendo o movimento", como minha vó diz e adora fazer. Se bem que, hoje em dia, esse argumento nem é mais válido, já que as novas mídias, como o DVD, o videogame, a internet estão sendo acusadas de roubar a audiência das emissoras, servindo como "escape" para o marasmo do fim de ano na TV aberta. Também há uma outra explicação para esses "programas especiais" serem como são: no fim do ano é comum o share (o número de TVs ligadas) diminuir, graças ao calor, as viagens, etc etc. Por isso, não há grandes investimentos na programação por parte das emissoras, já que o "grosso" da audiência não vai estar presente, entendeu?!

Mesmo assim, ainda tem um ou outro corajoso que se arrisca a por no ar alguma coisa inédita e diferente, tentando fazer com que essa audiência "fujona" volte para a frente da TV. O que a Record está fazendo com "A Fazenda", colocando os famosos confinados no natal e no ano novo e transmitindo programas especiais a partir dela é algo inédito na nossa TV. Extremamente arriscado, já que a outra Fazenda acabou há 3 meses, mas ainda assim, corajoso e, convenhamos, interessante, apesar de chato (e meloso!).

Acho que você deve estar se perguntando "poxa, onde está o espírito de natal desse cidadão?". Bem, sabe que eu não sei?! Só sei de uma coisa: graças à TV, meu espírito natalino deve estar guardado lá no fundo do meu "baú mental", só saindo de lá quando quer... quem sabe isso acontece no ano que vem, quando eu vou estar completamente ligado em outra coisa (que, pra minha tristeza, não vai ser esse blog)?! Mesmo assim, torço para que a tal programação especial das emissoras faça por merecer esse adjetivo! Por enquanto é só o tradicional "arroz com feijão de fim de ano". Aliás, arroz com feijão não... coloque no lugar deles alguma "dupla alimetícia" famosa no natal, tipo, biscoito com leite para o Santa Claus... quem nunca fez isso?!?!? Aliás, se o Papai Noel assistisse a programação especial, o que será que ele diria?! Hum... ho, ho, ho?!

Ah, e antes que eu me esqueça: FELIZ NATAL!!!

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

"Não vou citar nomes..."

Bem... aí o nome não foi esquecido...

Desde que o mundo é mundo, as pessoas adoram saber o que se passa na vida alheia (dos outros... foi mal, não resisti!). Antigamente, as janelas das cidades pequenas eram o lugar certo para ficar sabendo de coisas como "sabia que a fulana traiu o marido com o cicrano?" ou "sabia que o filho do coronel..." (er, melhor deixar esse último pra lá), graças aos serviços de entrega de informações fornecidos por aquelas digníssimas senhoras que, com muito tempo livre, ficavam conversando sobre o que se passava dentro das casas dos seus vizinhos. Ainda hoje é possível encontrar senhoras assim, que estão por dentro de tudo o que acontece na sua rua e sobre você (vá por mim, elas sabem!).

Hoje em dia, com o advento das comunicações e o fascínio que a vida dos famosos exerce sobre alguns, a moda é falar sobre a vida dos ídolos das pessoas. Esqueça o fato de que os famosos aderiram ao Twitter e agora se expõem sozinhos. Ainda existem MUITOS setores da imprensa que se especializaramm em seguir e publicar cada detalhe da vida dos muito famosos, dos meio famosos e dos "famosos?", fazendo a alegria das pessoas que gostam de ler sobre esse tipo de coisa.

Mas vamos esquecer por um momento aqueles argumentos óbvios que defendem a privacidade das pessoas, sejam elas famosas ou não. Aqui nesse post eu quero destacar uma outra coisa que me chamou a atenção: a ética do jornalista. Ela diz (creio eu) que o jornalista deve sempre prezar pela verdade e que, se não for oportuno, ele não deve publicar o nome das pessoas envolvidas em algum fato, digamos, "pessoal demais". Até certo tempo atrás as pessoas respeitavam isso. Só que agora...

Fabíola Reipert, em seu blog no R7, postou uma notícia que fala sobre a chantagem que "certa" apresentadora de TV está sofrendo do ex-marido, que, se não receber R$15 milhões, promete colocar na internet, para quem quiser ver, um vídeo dele com essa apresentadora, fazendo "lesco-lesco" na cama com mais uma pessoa (=O). Até aí tudo bem, pois essa é só uma fofoca normal, onde, para a proteção dos envolvidos, a repórter omitiu seus nomes. O problema está nos comentários que os leitores fizeram dessa notícia...

Coisas como "qual é a graça de dar a fofoca sem citar nomes? #fail" e "perdi meu tempo lendo isto …! Pior que uma fofoca …é uma 1/2 fofoca. Com certeza vc deixou o profissionalismo em casa hj ." e até gente dizendo que ela era uma má profissional por causa disso. Caramba, o que aconteceu com as pessoas?! Elas enlouqueceram?? Agora um jornalista é classificado como ruim se não diz os nomes em uma fofoca???

Muito provavelmente, Fabíola Reipert fez isso por medo de levar um processo ou para não atrapalhar a história (apesar de ser quase possível advinhar dois dos nomes...). Isso foi quase ético demais. O que importa, de fato, é a notícia, já que ela pode levantar várias questões diferentes e levar a um debate relevante sobre alguma coisa. Agora, a falta de privacidade (iniciada, diga-se de passagem, por alguns setores do jornalismo) chegou a um outro nível, onde a credibilidade do jornalista é posta em xeque se não jogar toda a "m#%*@ no ventilador", pra todo mundo ficar sabendo.

É meio complicado um negócio desses. Ainda bem que, para a sorte dos jornalistas (nós!) os famosos estão tomando as rédeas da exposição da vida deles. Assim, não precisamos nos sentir tão atacados quando alguma coisa desse tipo acontecer (e nem na obrigação de falar sobre). No futuro, se a coisa continuar assim, podemos até esperar alguns ataques pessoais se não devassarmos completamente a vida de alguém (e isso não se restringe às fofocas, viu?!?!). Precisamos rever aquela história de "o leitor (e o cliente) tem sempre razão", porque, senão...

domingo, 20 de dezembro de 2009

"A gente somos piratas!"

Download de músicas: o "carro-chefe" da pirataria digital!

A notícia é velha, mas ainda assim preocupante: o Brasil, em 2003, foi incluído na lista negra dos países que pouco faziam para barrar o crescimento da pirataria. Nesta mesma lista está a campeã no quesito "eu copio sim, e daí?!", a China, lugar onde 90% dos cds vendidos são falsificados (de acordo com dados de 2003 da Federação Internacional da Indústria Fonográfica). Não, você não leu errado. De cada 10 discos vendidos na terra de nossos irmãos de olhinhos puxados, 9 são cópias piratas, vendidas por camelôs ou baixadas da internet.

Isso mostra o quão difundida está a cultura de downloads, seja de músicas, softwares, jogos ou seja lá o que for. Eu mesmo, de uns anos pra cá, me tornei um "pirata" de música na internet. De todas as músicas que tenho salvas aqui no meu PC (mais de 4GB), só umas 8 vieram de um CD que a minha irmã comprou ou ganhou (sei lá). O resto veio dos famosos programas de compartilhamento de música, como o meu favorito "Ares" ou o queridinho das multidões, "Emule". Existem também sites especializados nisso, como aqueles de torrent (caso do "Pirate Bay" e do "Mininova", antes de serem pegos pela justiça [droga!]). Provavelmente você já usou um desses meios pra conseguir aquela música de que tanto gosta. Isso se, num ato de loucura extrema ou grande necessidade, você não parou na rua um daqueles barulhentos carrinhos onde são vendidos CDs e DVDs dos mais variados tipos.

Não importa como acontece: a pirataria vem tirando o sono das gravadoras (e da indústria como um todo). Ainda de acordo com a Federação Internacional da Indústria Fonográfica, em seu Relatório de Pirataria Comercial, de 2005, 1 em cada 3 CDs vendidos no mundo usa "tapa olho e perna de pau". Essa indústria já movimenta algo em torno de US$ 4,6 bilhões. Esse mesmo relatório diz que a venda de músicas ilegais (naquele famoso CD-R) aumentou 6% na América Latina e que, em 31 países, a venda de CDs ilegais já ultrapassou a venda legal! São dados assustadores, considerando-se o fato de que esses dados falam SOMENTE da pirataria na música.

Mas qual a razão dessa ilegalidade toda? Bem, como usuário de alguns desses métodos "ilegais", posso dizer com convicção: baixar uma música é muito mais prático do que comprar um CD. Por algumas razões. Uma delas é que às vezes você só gostou de uma música específica. Em outros tempos, mesmo gostando de apenas uma música, você era obrigado a comprar o CD inteiro. Um enorme desperdício, não?! Outro motivo, e esse vale para música, filmes, games etc etc, é o preço. Enquanto uma música baixada da internet sai (teoricamente) de graça, um CD custa, digamos, bastante (R$ 80,00 por um CD, R$ 100,00 por um DVD e R$200,00 por um jogo tá bom pra você?). Além de que agora você não precisa sair mais de casa pra comprar esses CDs. Então, não importa o que as gravadoras dizem: a internet é a tal "luz no fim do túnel" para nós menos abastados (até mesmo para aqueles que podem pagar esses preços!). Certo?!

Nem tanto. Essas "vantagens" da ilegalidade são justamente onde se escondem os maiores defeitos e perigos da pirataria. Esqueça a parte de gostar somente de uma música. Isso vai do gosto pessoal de cada um, ainda que, ouvindo o CD inteiro algumas vezes, você pode vir a gostar de uma música ou outra, ou mesmo do álbum inteiro. O problema maior está na parte econômica. As coisas aqui no nosso país são muito caras. Quer um exemplo? Lá vai: Você tem um Wii em casa? Sabia que lá nos EUA ele custa US$ 249,99? Aqui no Brasil, os preços variam entre R$ 899,00 e R$ 1699,00. Usando a cotação do dólar do dia 18/12 desse ano (US$ 1 = R$ 1,78), teríamos que o preço do console aqui deveria ser de R$ 446,66. (e eu nem vou falar do valor dos jogos pra você não ter um treco!). Sabe qual a razão dessa discrepância toda entre os preços? Simples: os impostos. As taxas aqui no nosso país estão entre as mais altas do mundo. Enquanto se cobrarem valores exorbitantes daqueles que produzem todos esses bens culturais (como a música, filmes, jogos) ou não, os valores vão continuar altos, as pessoas vão continuar consumindo a pirataria, e, segundo o site da campanha "Pirataria: Tô Fora", mais tráfico de drogas e mais desemprego vão continuar acontecendo.

Mas aí você me pergunta: só baixar os impostos realmente resolveria o problema? Não exatamente, já que a compra "do que é mais fácil" já está presente na nossa cultura desde muito tempo. Não vai ser algo fácil de resolver. E como os gastos do governo continuam subindo, os impostos continuarão seguindo o mesmo caminho, fazendo com que as despesas dos estúdios, gravadoras (e bla, bla, bla) subam ainda mais. Esses gastos refletem nos produtos finais e "voilá", cá estamos com preços altos de novo, voltando ao círculo vicioso de que falou certa vez um executivo da Microsoft: "um produto é caro por não vender e não vende por ser caro". Ah, detalhe: esse "cenário" que eu construí aqui se refere a coisas produzidas aqui no Brasil. Se formos falar dos importados... bem, é melhor deixar pra lá!

Algumas atitudes já estão sendo tomadas, como a venda de músicas avulsas pela internet (tanto pelas gravadoras como pelos músicos) ou então o download pago de games (caso do Zeebo, console da Tectoy em que os jogos são baixados a partir de R$ 9,99 e não existem em mídia física) e filmes (como na "loja online" da SONY no PS3).

Você reparou que as soluções tomadas pelos figurões da indústria giram em torno da internet, justamente aquela que é sempre "maldita" na boca deles?! E essa deve ser mesmo a salvação da indústria: ver a internet como aliada e não como inimiga, pois, se assim fosse, já teriam dado o "shutdown" nela há muito tempo! Outra coisa: claro que comprar algo original é muito melhor por "N" razões (garantia, confiabilidade, durabilidade, vantagens, etc etc), mas enquanto se praticarem preços que fujam da realidade do brasileiro (basta ver que grande parte da "cultura" vendida não cabe no orçamento da maioria das famílias do país) essa situação dificilmente irá mudar. Vontade do povo não falta (se o povo não gostasse desse "produtos" não comprava nem mesmo os piratas), mas ainda falta aquele "empurrãozinho" que só os grandões podem dar!

P.S.1: se bem que pagar qualquer coisa por uma música quando dá pra ter de graça ainda é estranho (ilegal, mas estranho)... viva os compartilhadores de conteúdo!!

P.S.2: as opiniões aqui apresentadas são de minha responsabilidade e refletem minha maneira de pensar. Tá, de vez em quando eu sou um pouco anárquico, mas, quem não é?!?!

P.S.3: ah, eu sei que não existem CDs de 80 pratas, mas... o exagero aumenta o apelo do post, sacô?!?! =D

Fontes: site da campanha "Pirataria: Tô Fora!", Terra Música, ABPD (Associação Brasileira de Produtores de Disco, Valor Online, Banco Central do Brasil e Buscapé.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

É tudo uma questão de numeros!!

Geraldo Brasil... digo, Geraldo Luis, a mais nova vítima da falta de audiência

A notícia que demos no "dgCAST" se confirmou: Geraldo Luis saiu do ar. Motivo: falta de audiência. O que mais chama a atenção nessa caso não é exatamente a saída e sim as condições que levaram à ela. Logo no primeiro programa (há 5 meses), Geraldo conseguiu assombrosos 11 pontos de pico, o que fez com que a direção da Record abrisse um sorriso de orelha a orelha. Depois de uma "leve" queda, a produção do programa resolveu investir numa cobertura MASSIVA de "A Fazenda 1". O resultado foi o melhor possível, já que, todas as vezes em que o reality era abordado como pauta, a audiência reagia, tanto que, num dia, o programa se estendeu até 7 horas da noite, quando normalmente terminava às 5 da tarde, fazendo o sorriso brotar no rosto dos diretores da emissora mais uma vez.

Porém, como já havia acontecido antes, a audiência do "Geraldão" voltou a cair, para pífios 3, 4 pontos, perdendo do SBT, da Rede TV! e até mesmo da Band, restando uma briga ridícula com a Tv Cultura e a Gazeta. Pensando que a mesma fórmula de antes daria certo, lá vai o Geraldo abordar a "Fazenda 2", com seu elenco muito mal escolhido. Resultado: às vezes a audiência do programa caia para incríveis 2 pontos, deixando a Record em 5° lugar. Cansada dessa patacoada toda, seja ela por causa de audiência ou por causa dos altos custos do programa, a Record achou por bem tirar o programa do ar e colocar uma programação infantil (tão morna quanto o Geraldo) no lugar. Durante o encerramento de seu último programa, nessa sexta-feira (18), Geraldo pediu para que seus fãs o esperassem em 2010, quando, teoricamente, ele volta com um programa semanal.

Mas não pense que esse negócio de "não deu audiência?! RUA!!" é exclusividade de emissoras "não globais". A própria Globo, recentemente, tirou do ar o seriado "Norma", protagonizado pela atriz Denise Fraga, também por causa da baixa audiência. Há alguns anos, Cazé Peçanha também foi tirado do ar na Vênus Platinada, por causa de baixa audiência. O coitado só ficou cinco semanas no ar. O que foi uma pena, já que tanto o programa do Cazé (eu vi!!) quanto o de Denise (dizem) eram boas opções frente ao que era oferecido pelas outras emissoras.

Outra coisa muito comum nesse negócio de audiência é a pressão feita em cima das equipes de produção dos programas. Dizem que uma das redatoras do "Programa do Gugu" se demitiu da Record e voltou para o SBT. A razão disso, segundo ela, foi a pressão que a direção da emissora fazia em cima da equipe por uma melhor audiência.

Como é ela que define o tamanho do merchandasing que será feito nas emissoras, a audiência é tratada como um tesouro sem tamanho, já que, além de definir a parte financeira, o "real-time" (a medição em tempo real feita pelo IBOPE) ajuda os diretores dos programas ao vivo a definir estratégias de última hora para dar uma alavancada nos números e levar suas atrações ao primeiro lugar. Os diretores do Pânico e do Gugu (Allan Rapp e Homero Salles, respectivamente) usam esses números para bolar planos mirabolantes e ficarem se alfinetando via Twitter (dizem que é de brincadeira... tá, sei...).

A Record, recentemente, andou levantando suspeitas sobre a idoneidade do IBOPE, único instituto do país que mede a audiência das emissoras de TV, alegando que, durante aquele apagão que deixou mais da metade do país no escuro, a Globo ainda se manteve na liderança (como, se ninguém podia assistir?), enquanto ela e as outras emissoras estavam dando traço (0 ou alguma coisa muito próxima a isso). Essa aparente "guerra" da emissora de Edir Macedo contra o IBOPE rendeu assunto por algumas semanas, mas agora ninguém fala mais sobre.

Deu pra notar o poder que esses números têm, né?! Eles podem manter ou tirar um programa do ar, fazer com que sua atração favorita seja reformulada ou totalmente modificada. Eles também definem o quanto de intervalo comercial você verá na TV antes de começar a se divertir. Mas tem uma coisa que eles não conseguem fazer: elevar a qualidade da programação.

Você já percebeu que os programas mais "vazios" são os que dão mais audiência? Pois é, por causa desses numerozinhos, as emissoras morrem de medo de investir numa programação mais "cult". O que aconteceu com a "Norma" foi um sinal do que pode acontecer no futuro: os programas mais bem elaborados se reduzindo até serem totalmente extintos. Ainda bem que algumas emissoras grandes, como a Record, com seus "50 por 1" e "12 mulheres", e algumas emissoras pequenas, como a TV Cultura e a TV Brasil ainda se arriscam a fazer esses tipos de programa, que quase não dão audiência, mesmo que o poucos que os assistem façam um grande "polegar para cima" quando falam nesses programas (veja, por exemplo, os comentários que o Hiago e o Lucas fazem no "dgCAST #0).

Outra coisa que também acontece é o desrespeito com o telespectador. Cada ponto no ibope equivale a 60 mil pessoas. Agora pense comigo: se um programa dá 2 pontos de audiência, quer dizer que existem 120 mil telespectadores, que, por alguma razão, dão de seu tempo para assistir àquele programa. Se esse mesmo programa sai do ar por aqueles "pífios" 2 pontos, são 120 mil pessoas que ficaram órfãs desse programa. E aí, como fica?

Por essas e outras, acho que é um erro tremendo se fixar na audiência para construir uma programação. Nem sempre o que a maioria do povo quer é bom. Se fosse assim, aquele horrível programa "Pegadinhas Picantes", onde mulheres mostram os peitos, o que mais dá pra mostrar e alguma insinuações de sexo às 10 horas da noite seria o 'modelo a ser seguido", já que sempre dava em torno de 10, 12 pontos de audiência (ainda bem que esse "vai rodar" da programação do SBT!). E nem sempre um programa que dá baixa audiência merece ser tirado do ar, já que existem pessoas assistindo!

Se aquele ditado que diz "A voz do povo é a voz de Deus" está certo, então Nelson Rodrigues, quando disse que "toda unanimidade é burra", está mais certo ainda!!

P.S.: eu também desconfio do IBOPE!!

domingo, 13 de dezembro de 2009

"Povo fala"... mas nem sempre diz alguma coisa!

Você está prestes a ver agora uma coisa que eu evitei ao máximo aqui no dgp: copiar textos de outros blogs e publicar aqui, falando alguma coisa em 3 ou 4 linhas pra justificar a presença deles nesse espaço. Isso eu fazia porque pensava, ou melhor, ainda penso que um blog pessoal é algo feito para você compartilhar suas ideias pessoais (o nome já diz tudo!). Se você gostou de alguma coisa na internet, deveria no máximo indicar o link e pronto, como se faz no Twitter. Mas, enquanto lia o blog dos repórteres da Record, no R7, mudei completamente de ideia. Mas não foi assim do nada! Já faz bem mais de um mês que eu li esse texto, mas só agora resolvi colocá-lo aqui (talvez pra ajudar a alcançar a minha meta de chegar a 100 posts antes de dar o "shutdown" aqui no blog... não fui eu quem inventou o sistema. Eu só sigo regras. Não me chame de interesseiro!!).

O texto em questão se chama "Povo fala, tarefinha complicada" e foi escrito pelo repórter Ogg Ibrahim, que é mais facilmente visto no "Domingo Espetacular". Pra quem não sabe, "povo fala" é aquela hora na reportagem em que o repórter (!!!) sai às ruas e entrevista as pessoas. Como todos os outros textos do blog dos repórteres da Record, esse mostra um pouco da "nada mole vida" dos jornalistas, mesmo os que trabalham nas grandes emissoras. O dgp nasceu pra isso: mostrar o que acontece no mundo da comunicação (tá, eu fujo desse assunto muito frequentemente, mas eu avisei com antecedência que faria isso! Você não leu a mensagem de boas vindas aqui do blog?!?!?!), então, lá vai o texto! (A imagem é por minha conta!!):



Povo fala, tarefinha complicada

Nosso dia-a-dia tem algumas coisas que realmente dão um trabalhão danado pra fazer. Quantas vezes já vi na redação uma colega repórter, super chique, chegando de tailleur e scarpin novo e receber uma pauta para cobrir enchente. Pense numa mulher chique de mau-humor! Mas a gente não consegue prever estas coisas. Por isso adotei uma tática: vou de sapato esporte e calça jeans, quase diariamente. Dependendo da pauta, saco meu “kit-repórter” no camarim, composto de terno completo, gravata e sapato social, e vou à luta. Muitas vezes é só a parte de cima social e a de baixo no estilo “churrasco de domingo”. E, de acordo com o assunto, a gravata também fica na gaveta. Vai só o paletó.


Mas não tem coisa mais chata pra gente fazer do que o tal do “povo-fala”. Já cansei de torcer e ver gente torcer o nariz quando o produtor coloca lá, na pauta:
- 14:00 entrevista com fulano de tal;
- 16h personagem
- 17:30 povo-fala (ai meu Deus!)


Pra quem não sabe o que é, “povo-fala” são as entrevistas que a gente faz na rua para perguntar para as pessoas que passam o que elas acham de um assunto que muitas vezes elas não têm o mínimo conhecimento. Pense você na Avenida Paulista, Às seis da tarde, aquela correria danada de gente que tá louca pra pegar o ônibus e ir embora. E aí chega um repórter para perguntar, por exemplo, sobre o que elas acham do Rio de Janeiro ter sido escolhido para ser a sede das Olimpíadas de 2016. Primeiro, nós temos que correr atrás dos entrevistados, porque nunca vi gente ter tanto medo de microfone na rua como algumas pessoas que cruzamos por aí. Às vezes, me sinto um assaltante, com uma metralhadora na mão, pronto para fuzilar alguém na calçada. Elas ficam driblando a gente como atacante num jogo decisivo do Campeonato Brasileiro. Mas sempre encontramos alguém disposto a falar (dos 354 que tentamos parar). Aí você pergunta:


- Voce acha que no lugar do Rio, São Paulo, por exemplo, poderia sediar as Olimpíadas de 2016 por ser uma cidade maior, com mais estrutura e que poderia dar mais segurança a equipes que vão disputar as provas?


- Não!


Ai você paira o microfone no ar, esperando que a resposta tenha uma continuidade para que possa ser usada. Silêncio sepulcral! Ai você lasca um “Por quê?”.


- Porque não!


Nova eternidade de silêncio. E quando você respira fundo para perguntar algo mais, a pessoa diz: “Olha, tô atrasada, tá?”. E vai embora.


Vamos lá tentar de novo. Novos dribles, novos “Agora não posso, tô com pressa!” e, duas horas depois para outra pessoa.


- Você acha que… (aí, antes que eu termine a pergunta…)


- Olha, eu queria falar que a Record precisa ir lá no meu bairro porque tem um buraco enorme na frente da minha casa que enche toda vez que chove. Inclusive caiu um elefante lá dentro e tão procurando até hoje. Blá blá blá…


Ou, senão, a resposta daquele caridoso cidadão que parou pra você é: “Desculpa, mas não estou a par do assunto”. Grrrrrrrrr!!!


Chega a ser engraçado, mas de cada 10 entrevistas que a gente faz, conseguimos aproveitar umas duas. Aí você chega na redação e o editor fala: “Nem vamos usar porque o tempo do VT tá curto”. Pensa num repórter com ataque de ira em plena redação. Mas só por dentro, pra não fazer barraco. Vou sugerir até para mudarem o nome disso. Devia chamar “povo-não fala”.


Mas deixando a ironia de lado, muitas vezes são essas opiniões, colhidas na rua, que dão vida à matéria. Afinal, é a opinião de quem nos assiste, de quem viveu a situação que abordamos, de quem tem algo de importante a falar. Obrigado a quem já parou para me dar entrevista na rua. Mesmo na pressa, na correria, ajudou a tornar meu trabalho melhor.


Originalmente publicado no dia 18/10/2009, no blog dos repórteres da Record (mas isso eu já disse, hehe)

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

A maldição da inclusão digital!

Tenho duas notícias, uma boa e outra ruim. Vamos à boa primeiro: os brasileiros estão entrando mais na internet. De acordo com dados de 2008 do IBGE, 41 milhões de brasileiros já nevegam nas ondas da World Wide Web (entre 2005 e 2008, o aumento foi de 75,3%, o que é, num país como o nosso, em que a desigualdade social é tão gritante, algo espantoso). E a má notícia: os brasileiros estão entrando mais na internet. Contraditório? Sem sombra de dúvida. Mas há uma razão para essa minha aparente incoerência: cada vez mais pessoas estão "colocando suas ideias em prática" e postando isso em algum site na web, para quem quiser ver.

A MTV Brasil tem um programa chamado "Fiz na MTV", que é uma seção de vídeos feitos pelos telespectadores e postos no ar, durante toda a semana. Como a propaganda do programa (?!) diz, agora qualquer um com uma câmera na mão pode fazer materiais de qualidade e mostrar ao mundo. Isso é fato. O problema é que essa facilidade está fazendo alguns "diretores muito criativos" saírem de suas tocas, nos expondo às suas ideias malucas e seus vídeos que são toscos até a espinha dorsal.

Certo, eu já falei sobre isso aqui no blog por duas vezes (deu pra notar que eu gosto de falar nisso, né?!). Inclusive, num desses posts eu "elogiei" bastante (até parece) a Stéfhany "Cross Fox" e suas produções caseiras, dignas de exibição no churrascão de fim de ano na casa daquele tio mala e cheio da grana, pois só se distraindo com a comida pra poder prestar atenção em alguém que repete de dois em dois minutos "eu sou absoluta". Seria isso "auto afirmação"?! Não importa, mas o fato é que, depois da Stéfhany, muitos outros vídeos de "candidatos a cantor" começaram a pipocar na internet, como no caso da Ximbica, que você conheceu aqui (e que, diga-se de passagem, é bem melhor que a Stéfhany e a - vão me bater por causa disso, mas, tô nem aí - Lady Gaga (que vai ganhar um post só dela aqui no dgp em breve!).

Mas, quem achava que essas músicas "descaradamente copiadas" de outras e cheias de "eu me achismos" estavam restritas às mulheres, está redondamente enganado. Parece que a facilidade de acesso à internet e de gravar qualquer coisa em qualquer aparelho (graças à já citada inclusão digital) criou uma nova vertente musical, que, agora, também está sendo seguida por homens. Sim, homens, que também estão fazendo suas versões de "Eu sou Stéfhany"... é, isso mesmo que você leu. Meio assustador, não?! O pior de tudo: se você achava que a Stéfhany reinava sozinha na categoria "sou tosco e me orgulho disso", é hora de pensar de novo.

Dois representantes me chamaram a atenção. Um se chama Maxwel (indicação da Cecília), que resolveu "enfrentar" a menina do Cross Fox com um Rolls Royce. Porém, algo não mudou: a mania de se achar. Enquanto a Stéfhany diz que é linda e absoluta, Maxwell afirma (que fique claro: ele é quem diz!) que é "rico e bonito" (ele diz que tem várias mulheres, mas, vendo o vídeo, dá pra duvidar dessa afirmação...). Mas aí tem um outro detalhe. A qualidade técnica do vídeo desse cara é muito melhor que o da "Cross Fox girl", assim como o da Ximbica também é (se você tiver coragem de assistir o vídeo do cara, repare nos takes do carro em movimento... tá bom demais pra ser caseiro). Se você já acompanha minha campanha (?!?!?!?) para "destronar" a Stéfhany, deve ter imaginado, "pronto, ele vai colocar o vídeo desse cara aqui". Não, dessa vez não. A Ximbica entrou aqui porque é melhor que a piauiense (#fato). Mas daí a colocar outro "razoável" seria um pouco demais. Por isso, vamos jogar os holofotes em outra pessoa...

O nome dele: Eric Augusto. Além do óbvio fato de sermos quase xarás (sim, é com "x"... algum problema?!), ele tem algo que nenhum outro, até esse momento, conseguiu: ele é RUIM, mas MUITO RUIM. Tão RUIM que chega ser extremamente engraçado. O pior de tudo: ele deve ser a única pessoa no mundo que conseguiu fazer um segundo clipe MUITO PIOR que o primeiro. Sim, ele regrediu!! Uma pessoa assim merece um pouco da sua atenção. Por isso, deixemos o Maxwel e aquele outro corinthiano (esse fez uma música chamada "No meu fuscão"... imagina em quem ele se baseou...). Agora, com vocês, a prova de que a inclusão digital não é lá tão boa quanto parece ser (ouviu, Maxwell?!?!?)... Eric "eu também tenho um Cross Fox e sou tão absoluto quanto a Stéfhany" Augusto (para seu deleite, vou postar os dois vídeos dele aqui... veja se eu não tenho razão!):

Primeiro, o "bom" (defina "bom"...), "Versão Masculina da musica Eu Sou Stefhany (No Meu Cross Fox)", nas palavras do "diretor" do vídeo, feito para um trabalho de produção multimídia, Gabriel k Cicchelli... quanto terá sido a nota que ele ganhou?!?!



Agora, o campeão da categoria "Ritmo? Compasso certo?! O que são essas coisas? São de comer?!", "Bonito ou feio", versão "Ericdiana" de "Black or White", do Michael Jackson. Ainda bem que o outro estava valendo nota e esse não... assista pra entender o motivo disso (tente não enlouquecer e não abaixar o volume do alto falante ou do seu fone de ouvido!)



Preciso dizer mais alguma coisa?!?!? Será que a humanidade sobrevive a tantos Erics, Ximbicas, Maxwels e Stéfhanys?!?! Ou será que os Maias estavam prevendo que essas coisas iriam dominar a internet em 2012, causando a destruição do planeta?!?!? Só o tempo dirá... tsc tsc... bendita inclusão digital... (tô sendo irônico!)

P.S.: pra encerrar de vez esse assunto, está aqui, para quem ainda não viu, o link do "Escolha seu Nerd", do grupo "Os Seminovos", que ganhou o VMB 2009, na categoria "web hit.".. até que os caras não são ruins...

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Tem "cospobre" até na tv brasileira!!

"Cospobres" do Sonic... tosco é apelido!
Fonte: SEGA Nerds Brasil

Cosplay, segundo a Wikipedia, "é abreviação de costume play ou ainda costume roleplay (ambos do inglês) que podem traduzir-se por "jogo de disfarces" ou "jogo de fantasias" (...), para referir-se a atividade lúdica praticada principalmente (porém não exclusivamente) por jovens e que consiste em disfarçar-se ou fantasiar-se de algum personagem real, concreto ou abstrato, (...) acompanhado da tentativa de interpretá-los [ou parecer com eles] na medida do possível."

Existe ainda, uma outra vertente, a "cospobre", que é mais ou menos a mesma coisa que o "cosplay", só que com pouco ou nenhum orçamento, o que obriga o "candidato a cosplayer" a se virar como pode, tornando sempre a situação hilária (dá uma olhada na foto que ilustra esse post).

Mas aí você me pergunta: tá, e daí?! Bem... ultimamente, o que andamos vendo na tv brasileira é um verdadeiro show de cosplayers, com programas copiando fórmulas prontas no mundo todo, sem pedir permissão e se achando "donos" desse ou daquele formato "usurpado" da TV estrangeira, com direito a "ressentimentos" daqueles que os copiam...

Recentemente, aconteceu no Twitter uma dessa "briguinhas de cumadre", entre um "cosplayer" e um "cospobre", ou melhor dizendo, entre Luciano Huck e Homero Sales, por conta de um punhado de formatos de atrações. Enquanto Gugu apresentava a entrega da reforma de um caminhão, o apresentador da Globo ficou "alfinetando" a concorrência (alguns comentários meio ácidos demais). Após o fim do programa, Homero Sales, diretor do programa da Record, rebateu todas as afirmações de Huck... só faltou chamar de bonito.

Mas qual era a bronca, afinal?! Simples. Huck se acha o "pai" desses quadros de reforma de casa/carro, por conta de seus quadros "Lar Doce Lar" e "Lata Velha". Para ele, os outros programas que também fazem isso, como o "Programa do Gugu", o "Domingo Legal" e até o "Pânico", estão copiando suas "ideias originais". O que o marido da Angélica esquece é que nem seus quadros são 100% originais, já que a tv americana apresenta, a muito mais tempo, programas nessa mesma linha, como o "Extreme Makeover", de construção de casas; e o "Pimp my Ride", de reforma de carros. Além disso, os quadros do Huck não são licenciados dos originais, o que também caracteriza uma cópia.

Mas o que raios os "cospobres" têm a ver com essa ladainha toda? Bem... nada, mas a metáfora vale: enquanto Luciano Huck pode ser considerado o "cosplayer" dessa patacoada, graças a todo o orçamento e visibilidade que a Vênus Platinda oferece a ele, as outras emissoras ficam com os papéis de "cospobres" nessa história, já que as cópias são, digamos, estranhas. É como uma xerox da xerox. É inegável que a qualidade e o dinamismo das cópias do Huck são muito superiores que as dos outros. (sim, tô elogiando a Globo, mas ainda luto pelo "lado Record da força"!!)

Mas, pensando melhor, todos esses "copiões" da tv brasileira não passam de "cospobres", com um pouquinho mais de dinheiro que o normal, já que no Brasil, como já é tradicão, a qualidade vai se denegrindo com o tempo. Ou então, o dinamismo dos originais é jogado pela janela, como no caso do Gugu e suas reformas que duram tanto quanto uma partida de futebol (no metade da matéria você já dormiu!).

O ideal seria que nenhum programa daqui tentasse bancar o "cosplayer espertalhão". A originalidade está indo pelo ralo de uma maneira tão rápida que já não dá mais pra dizer "esse é original e esse é a cópia". No caso dos cosplayers, mesmo os muito bem feitos, ainda dá pra notar que não passam de versões (o que, convenhamos, é óbvio pra caramba!). O mesmo deveria se aplicar à nossa TV. Na ância de mostrar serviço, se equiparando ou tentando superar o original, os produtores dos programas se perdem um pouco e, mesmo com todo o orçamento do mundo, acabam se tornando só uma "cópia engraçadinha", como são os "cospobres".

Por isso, vamos colocar fim à duas coisas: à mente "cospobrística" e àquela frase do Chacrinha, "na tv nada se cria, tudo se copia". Só assim pra podermos começar a falar em qualidade!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

"A tal da Stéfhany a Ximbica enterrou..."

Antes que o "dgCAST" se torne para o dgp o que "A Fazenda" é para a Record, vou começar os posts de fim de ano, já que, ora veja só, o ano está acabando... e este blog também. Mas essa já é um outra história. Na hora certa eu a conto!

Pois bem, há algum tempo atrás, fomos apresentados à Stéfhany "Crossfox", uma piauiense que pegou uma música da cantora Vanessa Carlton e fez sua própria versão, em que saia pra passear no seu carro (emprestado) e dizia que era/é absoluta. Na época, o vídeo da música que ela postou no Youtube fez um sucesso assustador, se tornando um dos mais vistos no país. Esse sucesso todo levou a garota à televisão, onde acabou ficando mais conhecida ainda. Além disso, os shows dela saíram do Piauí e ganharam o país... isso quando ela aparececia (os "fãs" alagoanos estão esperando por ela até hoje...).

Depois de sua conturbada participação no programa "Esquadrão da moda", do SBT (com direito à pérola: "Você é de áries?", pergunta o maquiador. "Não, sou do Piauí", responde a "atenta" cantora), a menina sumiu. Nem a "nova" música que apareceu no Youtube sendo creditada à ela é dela mesmo (pra quem ainda acha que Blush Blush é dela, esqueça... a voz que você ouve é de uma outra cantora, que fez aquilo pra dar uma ideia à piauiense...). Por onde anda, então, a menina do Crossfox?

Bem... enterrada à sete palmos abaixo do chão do estúdio de uma nova cantora, que surgiu pra colocar a Stéfhany em seu devido lugar. Ximbica (sim, Ximbica) é seu nome... Ela surgiu como personagem numa série feita para a internet, feita com base no jogo "The Sims 3", chamada "Tandy" (muito legal, por sinal). Nem seus criadores poderiam prever o tamanho do sucesso que a "cantora/atriz/modelo" faria, o que a fez ganhar vida própria, ofuscando a série onde nasceu.

Mas o que Ximbica e Stéfhany têm de diferente, já que as duas nasceram na internet, fazem versões de músicas famosas e ficam se gabando por serem (sic) muito bonitas, (sic) absolutas, (sic) irresistíveis, etc etc? A diferença está na parte técnica: enquanto a piauiense conta apenas com uma câmera caseira e o salão de festas do condomínio onde mora para gravar seus clipes, a Ximbica (que raio de nome, hein?!) tem uma estrutura muito melhor, quase profissional. Além disso, enquanto Stéfhany muda a letra e a melodia das músicas dos outros, Ximbica (¬¬) só muda a letra, mantendo a melodia original. Talvez aí esteja a explicação do sucesso que ela anda fazendo entre os viciados em The Sims e o resto do público, já que as músicas desta se tornam facilmente reconhecíveis... ou confundidas com as originais.

Mesmo que, na minha opinião, ambas estejam num grau de tosquice sem tamanho, Ximbica leva uma certa vantagem, já que suas músicas, além de já serem conhecidas, tem um ritmo até que bacaninha. Por isso, podemos dizer que a piauiense ganhou uma adversária à altura... e com uma boca tão estranha quanto... [medo].

Para aqueles que nunca viram nada da Ximbica (sério que você nunca viu?!?!?), aqui está o clipe de uma de suas músicas: "Ximbication" (?!?!?), baseada/copiada de "Celebration", da Madonna (a cópia ficou mais legal que o original... #prontofalei):



Tente esquecer a letra agora!!