segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

"Isso é que é ter um blog?"

Pra que que serve?!?!

O título desse post foi a pergunta que me fizeram num comentário aqui no dgp, no post em que eu falei sobre o que deveria ou não ser mostrado num telejornal. Na metade do caminho, o assunto respingou um pouco na ética. Daí deu-se a confusão! O autor da pergunta não se identificou (preferiu ficar no anonimato), mas levantou uma questão interessante... ao menos para esse que vos escreve.

Teoricamente, creio eu, um blog serve para que seu autor possa se expressar livremente, colocar pra fora o que se passa em sua cabeça, tentar juntar sua opinião com a dos outros, formar opinião ou ao menos deixar claro qual o seu posicionamento sobre determinado assunto. Se não for isso, o autor de um blog pode simplesmente querer mostrar os textos que escreve para as pessoas, ver se desperta em alguém o interesse em mundos imaginados por ele, em seus problemas pessoais ou simplesmente sobre o que anda fazendo da vida, como num bom bate papo... só que sem a parte do olho no olho!

No caso do dgp, esse blog que agora você lê (rimou!) eu, na maioria das vezes, mostro minha opinião sobre o que anda acontecendo no mundo da comunicação. Por vezes eu me desviei desse assunto pra falar de outras coisas que gosto, como games, mas sempre mantendo o mote principal desse espaço: minha opinião. Em outras palavras, esse foi o caminho que resolvi seguir aqui e, pra avisar os marinheiros de primeira viagem, coloquei isso de forma muito clara no texto de boas vindas, que está permanentemente do lado direito da página. Aliás, só pra mostrar que eu nunca me desviei disso, esse texto é o mesmo desde a estreia do blog! Só a formatação mudou um pouco, assim como o título.

Respondida a primeira questão, vamos a outra que está implicita na primeira. Se o blogueiro pode falar o que bem entender em sua página, também deve estar disposto a ouvir qualquer tipo de crítica, construtiva ou não, sobre o que escreve. Se a crítica for construtiva, ele tenta usá-la para crescer como escritor, já que os textos são escritos para as outras pessoas lerem e não para o próprio autor, como diria um antigo professor meu. As críticas baseadas em alguma coisa que não seja a construtividade devem ser lidas também, mas descartadas da mente (dependendo do caso, devem sumir do blog) logo em seguida, para evitar "rusgas" e "rugas" desnecessárias, sabe?!

Não pense que o leitor está isento de qualquer limite e pode sair por aí xingando e falando palavrão como um bêbado no balcão do botequim depois de 5 doses de alguma coisa bem alcoólica! Nós que mantemos blogs esperamos o mínimo de senso crítico de quem os lê! Algumas pessoas partem pra baixaria, diminuindo o autor, a ponto de chamá-lo de qualquer coisa, menos de bonito. Alguns autores merecem esses tratamento (como um antigo colunista escroto do ADTV, um blog sobre televisão), mas mesmo assim o comentário precisa ser baseado em alguma coisa concreta. O blogueiro não tem culpa se a sua namorada fugiu com o circo e trocou você pelo chimpanzé amestrado! Sendo assim, não venha descontar sua raiva na blogosfera!!

Existe toda uma relação entre o autor do blog e quem o lê. Se essa relação for respeitosa, todos saem ganhando. A crítica que eu recebi, por exemplo, tinha vários pontos interessantes. Alguns deles, inclusive, já foram percebidos por mim mesmo. Porém, o autor resolveu usar de uma ironia muito fina e explícita (percebeu a incoerência?!) pra se referir aos textos do dgp. Como eu sei disso?! Ora, eu também sou irônico aqui na maioria das vezes!! Mesmo assim, gostei da crítica. Vou usá-la pra mudar algumas coisas do meu "eu autor"... obrigado!!!! E vocês que leem o meu blog, o elogiam e gostam dele, muito obrigado também!!

Parece, mas esse não é o fim do dgp, certo?! Digamos que esse post seja uma pausa para uma reflexão mais profunda... superficialmente profunda! =D

P.S.1: a resposta pra pergunta do título? Sim!

P.S.2: caro Anônimo... percebeu que nesse post eu fiz algumas das coisas que você disse que odeia?! (risada diabólica mode: on) Espero resposta!!

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

A íntegra é sempre melhor?!



Na última quarta-feira, dia 20, Maria Islaine de Morais (31) foi morta por 7 tiros disparados à queima roupa por seu ex-marido, o borracheiro Fábio Willian da Silva (30), no salão de beleza onde ela trabalhava em Belo Horizonte. A cabelereira já havia feito inúmeras denúncias à polícia, mas nenhuma delas havia surtido efeito. O assassino foi preso na tarde do dia seguinte, enquanto comprava sandálias numa loja a 271 km de Belo Horizonte.

Dias antes do assassinato, Maria instalou câmeras de segurança no salão onde trabalhava, para se sentir um pouco mais segura. Foram essas câmeras que flagraram o momento em que ela foi morta. As imagens caíram nas mãos da imprensa e foram postas no ar nos principais telejornais do país. Dois deles, o Jornal da Globo e o Jornal da Record, deram tratamentos antagônicos à elas e, sinceramente, a Globo adotou a postura mais correta nesse caso.

Entender a razão disso é muito simples. A matéria exibida na Record (e que encabeça esse post) não poupou o telespectador de cada um dos detalhes do vídeo, mostrando, inclusive, todo o trecho em que ela leva os sete tiros. Os mais observadores conseguiram, inclusive, ver em detalhes o movimento do ar e o impacto das balas que atingiram a cabeleleira, principalmente os que acertaram a cabeça, que, no impacto, moviam os seus cabelos. Só faltou ver o sangue espirrando nas paredes e escorrendo no chão! Como uma vez é muito pouco, o vídeo passou na íntegra duas vezes durante a matéria, que foi veiculada lá pelas 8 e alguma coisa da noite (eleve isso ao quadrado nos estados que não foram afetados pelo horário de verão!).

Do outro lado da arena temos a Globo, que falou sobre o mesmo assunto, inclusive mostrando o mesmo vídeo exibido na Record. Ao invés de mostrar o assassinato na íntegra, a emissora da família Marinho achou melhor exibir somente imagens estáticas dos momentos em que a mulher era baleada, narradas pela repórter que estava cobrindo o caso. O que dá pra notar aqui é a preocupação que a emissora carioca teve de não exibir imagens muito fortes para os telespectadores.

Entendeu a razão de eu achar que a Globo foi mais correta?! Eles pouparam os telespectadores dessas cenas bizarras de violência. Até eu que não me importo muito em ver esse tipo de imagem forte achei desnecessário o que a Record fez, exibindo duas vezes uma mulher sendo morta tão brutalmente. Não me entenda mal. Isso não é moralismo ou qualquer outra coisa do tipo. Se formos olhar por outro lado, a emissora da Barra Funda está certa em mostrar a imagem na íntegra, já que isso deixa a informação mais completa. Porém, como eu sei que sou o único a pensar assim, faço coro com quem mais achou aquelas imagens fortes e desnecessarias!!

Isso que a Record fez respinga um pouco no post anterior, que falava sobre sensacionalismo. Essa deve ser a razão que levou os editores da JR a colocar tais imagens no ar: tentar impressionar e conseguir alguns décimos a mais da audiência dos "carniceiros de plantão"! Só que isso pode acabar se tornando um "tiro no pé", já que as pessoas começam a ficar com medo do que é exibido no jornal, pensando duas vezes antes de colocarem naquele emissora. Tá certo que grande parte da população não liga muito pra isso, mas ainda existem pessoas que se preocupam com esse assunto. Ainda bem que esse foi um caso isolado na linha editorial do JR.

O jornalista (e consequentemente, o editor da matéria) devem ter a consciência de que nem todo o material conseguido durante a produção de uma reportagem pode ou deve ser mostrado na íntegra (ou seja, sem censura ou edição), já que algumas imagens são fortes demais para qualquer horário, além de ser uma falta de respeito com as pessoas envolvidas no caso. Concordo que o jornalismo é um território livre de algumas regras morais (se elas estivessem em vigor, muito do que o jornalismo é hoje não existiria) mas nem todas as pessoas sabem disso. Então é melhor agir com certa cautela, já que nem todo mundo interpreta do mesmo jeito as reais intenções daqueles que têm por função nos deixar bem informados. Ver um jornalista mal interpretado é uma coisa tão feia de se ver quanto certas imagens...

[fonte: R7]

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O "sensacional" sensacionalismo!

Sônia e Datena: os reis do sensacionalismo no Brasil! [Imagem: Na Telinha]

"A Hebe ainda está viva!" Essa já virou uma frase comum para a assessoria de imprensa da apresentadora do SBT, que foi internada no início desse ano com um raro câncer no peritônio (membrana que recobre os órgãos abdominais). Mas qual seria a razão para os assessores ficarem repetindo isso constantemente?! Simples: alguns setores da imprensa (cof, Sônia Abrão, cof) já estão dando a apresentadora como morta, graças a uma cobertura exagerada dos fatos, que insistem em mostrar somente o lado "negativo" e "extremamente desesperador" da noticia.

Esse, diga-se de passagem, é o trabalho dos "jornalistas" sensacionalistas que, na busca de audiência e de "falar a língua do povão", acabam derrubando tudo o que é ensinado nas salas de aula das faculdades de jornalismo.

O pior de tudo é que, apesar dos constantes apelos e reclamações para que esses tipos de programas saiam do ar ou mudem de formato, eles sempre arrumam uma maneira de se alastrar e permanecer nas programações. Não pense que programa sensacionalista é exclusividade de programação das afiliadas das grandes emissoras do país. Elas próprias têm ou tiveram programas desse tipo em suas grades, caso da Band com o "fofo" Datena e da Rede TV!, com aquele "amor de pessoa" que é a Sônia Abrão.

Exemplos desses dois em ação não faltam e estão disponíveis na internet para quem quiser ver. Em 2008, a menina Eloá foi sequestrada pelo namorado Lindemberg, num condomínio em Santo André, São Paulo. Havia muitas emissoras lá presentes, cada uma delas atrás de sua "exclusiva" ou de tentar "bater um papo" com o sequestrador e as sequestradas. Como se isso já não bastasse (e nesse ponto, tenho que bater palmas para o Datena, que se recusou a fazer isso), Sônia Abrão, no ápice de seu senso de justiça, resolveu tomar o lugar da polícia e negociar diretamente com Lindemberg a soltura de Eloá. Resultado desse circo dos horrores?! Eloá foi morta, sua amiga, Nayara, ficou ferida (ela voltou para o cárcere, depois de ter sido libertada pelo sequestrador) e a Sônia ganhou o título de assassina!

Na ocasião, um especialista de segurança disse que a atuação das emissoras que faziam a cobertura do caso e, especialmente, a atitude de Sônia "tenho 10 anos de tv" Abrão, foi extremamente criminosa e irresponsável e que todos os envolvidos deveriam ter sido processados. Ninguém foi processado e a bomba estourou na mão do Datena, graças às críticas da Sônia.

Antes que isso aqui fique muito "pró-Datena", vamos enumerar algumas das atitudes do "jornalista" da Band, que apresentou algo semelhante na Record e na emissora da Sônia. Ele faz algo que está se tornando muito comum nos vários programas iguais ao dele em todo o Brasil: uma indignação seguida de muita gritaria por parte do apresentador, brigas com outros colegas de televisão, predileção por pautas extremamente sanguinolentas e etc etc. Datena pode até ter feito escola, mas as origens desse tipo de jornalismo são muito mais remotas e conhecidas.

O "jornalismo policial" praticado no nordeste é um caso a ser estudado. Quando essa moda pegou aqui, não era nada anormal ver, em qualquer horário, tripas expostas, gente morta com um tiro enorme na cabeça e etc etc (aliás, isso ainda é comum no Recife). Além disso, uma pauta até rotineira nesses tipo de programa é... briga de vizinhos (como aquela em que uma vizinha jogava... er... sacos cheios de cocô no telhado dos vizinhos da frente, mostrado na afiliada alagoana da Record), no melhor estilo "Programa do Ratinho".

"Plantão Alagoas": leu a legenda da imagem?! Esse tipo de pauta é comum na TV nordestina. [Imagem: You Tube]

Graças a esse "show", o comportamento do público diante da violência urbana mudou assustadoramente. Não existe mais aquela resignação com o que aconteceu. Agora, os curiosos se aglomeram ao redor do corpo e ficam se estapeando pra aparecer por cima do ombro dos "repórteres", gritando e fazendo sinais de torcidas organizadas. Pior ainda é o "tratamento melodramático" que as matérias recebem, com iluminação que ressalta o clima do ambiente e músicas que remetem ao sobrenatural e ao medo. Sinceramente, eu não sei se tenho mais medo do que está sendo mostrado na matéria ou da equipe de reportagem e edição da mesma (ó, duvida cruel!).

Onde eu quero chegar com essa história toda?! Simples. A programação de nossa TV é constantemente criticada por conta de não apresentar mais aquele nível cultural de antigamente. A princípio, essas críticas são todas dirigidas aos programas de entretenimento, mas também deveriam valer para esse pseudojornalismo, que insiste em infestar as salas das casas dos brasileiros. Pense bem: se uma história fictícia pode influenciar as pessoas, por que razão uma história real também não pode?! Ela é imune por acaso?! Nós precisamos nos livrar desses "profissionais" que se especializaram em avacalhar o verdadeiro jornalismo (um detalhe: aqui em Maceió, pelo menos, se você conseguir encontrar nas redações desses "jornais policiais" dois formados em jornalismo, você ganha um... um... er... minha admiração!!!). Como els já estão incrustados na cultura popular, pode apostar que mandar todos eles "pr'aquele lugar" não vai ser nada fácil. Dammit!!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Internet: ainda bem que ela existe!

Palácio do presidente haitiano destruído após o terremoto: primeiras informações chegaram pela internet.

No dia 12 de janeiro, o Haiti, um dos países mais pobres das Américas, foi vítima de um terremoto, que atingiu grau 7 na escala Richter (que vai de 1 a 9) e destruiu boa parte do país. Nem os prédios do governo (como a sede da presidência do país, mostrada na imagem acima) resistiram ao abalo, que, segundo estimativas, matou mais de 50 mil pessoas (entre elas a doutora brasileira, Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança) e deixou outras 250 mil feridas. Esses números podem, a princípio, parecerem grandes, mas ainda são estimativas. Quando uma contagem for feita (se for feita), eles podem subir a níveis muito mais assustadores.

Assim como aconteceu no Irã, onde rebeldes noticiavam o que estava acontecendo no país através do Twitter, as primeiras informações sobre esse terremoto chegaram através da internet. Os que dispunham de conexão, trataram logo de publicar vídeos e imagens na rede. Apesar de estarem numa qualidade muito baixa (a princípio), já era possível ver a desolação em que os haitianos se encontravam. Esses vídeos e imagens foram aproveitados na grande imprensa logo que surgiram e, através deles, os parentes das pessoas que estavam no país tiveram um ponto de partida para começar a procurar informações.

Muitas pessoas costumam criticar e até ter um certo receio sobre a internet e suas aplicações na vida diária, alegando que na rede só se encontra baixaria, pornografia e, como diria minha vó "o que não deve". Essa é uma visão minimalista demais, já que, nas mãos certas e com o propósito correto, a internet pode ser uma ferramenta mais útil que canivete suíço. Esqueça a obviedade de "procurar conhecimento e conhecer novos amigos". Essa até poderia ser a única função da web para alguns (aposto que você conhece alguém que pensa assim), mas, na verdade, nós só vemos a verdadeira "aura" da rede nessas horas, em que ela diminui as distâncias em prol de algum bem comum, como no caso do Haiti, em que as pessoas estão buscando informações sobre seus parentes, se mobilizando para ajudar os necessitados ou somente para informar ou se manter bem informadas sobre o ocorrido.

Eu não vou me estender mais sobre esse assunto (que é piegas até o último fio de cabelo!), já que, salvo engano, essa é a 5ª vez que falo sobre isso nesse blog. Só me resta dizer que os críticos da internet deveriam rever seus conceitos e admitir de uma vez que esse ódio pela rede nasceu por conta de serem todos uns "analfabytes", como diria Antônio "Carga Pesada" Fagundes. Posso dizer isso por experiência própria: meus pais falavam muito mal da "www". Depois que foram apresentados ao Orkut, as coisas mudaram e já estão mais viciados que a viciada da minha irmã! Se você usa a internet para qualquer propósito que não os elogiados aqui, não se sinta menosprezado! Mesmo assim você é uma pessoa consciente do poder unificador que a web tem! Aliás, em nosso país muitos já têm essa consciência. Agora só falta a colocarem em prática! Melhor, só falta o governo dar as condições para que essas pessoas possam entrar em ação. Percebeu?! Isso rende assunto pra um outro post...

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

O BBB rural ou A FAZENDA urbana?!

Tá com alguma coisa no olho, Bial?!

"É hora de dar uma espiadinha!". Essa vai ser a frase mais repetida nos próximos 3 meses, graças ao retorno do Big Brother Brasil à telinha. Essa 10ª edição do reality da emissora da família Marinho veio muito diferente das edições anteriores, graças à escolha "mixada" dos participantes (tem desde emo até bombado acéfalo) e algumas (várias) mudanças nas regras do programa, graças à inventiva mente do diretor Boninho, que pensa em tudo para a atração não cair no marasmo (e essa, acredite, não é uma frase elogiosa!).

Muitas pessoas, como em todas as outras edições, nem esperaram o programa estrear e já começaram a destilar uma enorme quantidade de críticas. A maioria delas acusa o BBB de ser um programa "burro", que não traz nenhuma utilidade à mente e à vida das pessoas. Eu mesmo, até a 9ª edição, pensava assim: um programa desses não tem nem a mínima carga cultural pra ser contado com os da cultura inútil (é...). Porém, a estreia de "A Fazenda" me fez repensar minha posição. Ora, se eu assisto ao da Record, por que razão não dou uma chance ao reality da Globo, que eu havia deixado de assistir na terceira edição?!

Os "brothers" e as "sisters": esse ano tem de tudo um pouco!

Pois foi o que fiz. Na terça, 12, lá estava eu em frente à TV para assistir à estreia do "zoológico" humano, como bem diria alguém (eu sabia quem disse isso, mas esqueci o nome.... sorry!). À primeira vista, por incrível que pareça, eu gostei do que vi! A casa tá bacana, os participantes foram escolhidos a dedo (podem falar o que quiser, mas o Boninho sabe escolher elenco de reality!) e até as intrigas entre os participantes deram o ar da graça para o deleite de quem adora ver essas coisas! (só um adendo: as vozes da "dlag" e da policial são quase insuportáveis!)

Mas... prestando mais atenção, dá pra notar uma coisa pertubadora: os críticos do BBB têm toda a razão. O programa realmente não tem nada culturalmente útil (nessa temporada, os psicólogos podem mudar de canal e ver o "experimento social" chamado "Solitários" no SBT). Ficar muito tempo exposto àquilo pode trazer danos irreparáveis à mente e uma imagem muito errada da realidade (coisa que antigamente só era atribuída à ficção... se bem que ninguém garante que no BBB a coisa não é ensaiada...). Porém, um outro grupo de críticos também está coberto de razão: os que criticam "A Fazenda".

Os "fazendeiros" da Record: marasmo e tédio são as palavras de ordem!

Sim, eu estou dando razão à pessoas que falam mal do reality da emissora que eu defendo (tá vendo que eu não sou "cego"?!). Se formos parar pra analisar, ambos os realities não trazem nada útil. Existem algumas diferenças, claro: enquanto na fazenda os famosos estão tentando ser eles mesmos sem ferir a imagem que eles levaram anos pra erguer, no BBB temos um bando de anônimos que não têm nada a perder e querem a fama a qualquer custo, nem que pra isso eles tenham que se rebaixar.

Aí dá pra criticar duas coisas: teoricamente, estamos diante de dois "reality shows", onde deveríamos ver a realidade diante de nossos olhos, com os participantes fazendo coisas reais, por mais chatas que elas possam parecer. Por alguma razão estranha (fama, dinheiro...), não é bem isso que vemos. Na maior parte do tempo nós vemos os famosos e/ou anônimos encenando alguma coisa diante das câmeras, ou você acha que Theo Becker era maluco daquele jeito ou então, o que era aquele papel que o Dómini, em um dos BBBs, estava segurando?! Um script?! (não, não estou me referindo à Twittess e seus scripts para aumentar o número de seguidores no Twitter)

Segundo: que realidade é aquela mostrada nesses programas?! No Big Brother temos 17 pessoas vagabundando o dia inteiro, como se estivessem em férias eternas. Na Fazenda ainda dá pra ver algum esforço físico, mas, convenhamos, alguém acredita que numa fazenda só tem aquilo pra fazer?! Poxa, se for verdade, a vida do povo do campo é muito legal!

Provavelmente esse trabalho todo seja o motivo do marasmo encontrado na reality campestre da Record. Com todo o tempo ocupado por trabalhos e provas, os roceiros não têm tempo para as famosas "picuinhas", normais nesse tipo de atração (além de bocejarem diante das câmeras nos programas ao vivo!)! Vindo pela contramão, temos os "brothers", que têm MUITO TEMPO LIVRE, suficiente para se promover diante do Brasil, seja através de "romances no edredom", seja com as famosas brigas e panelinhas. Aliás, nessa 10ª temporada, a produção do BBB resolveu fazer um tributo à Fazenda, com a divisão dos participantes em "tribos" (que aliás, foram criadas das forma mais genérica e óbvia possível!).

O Grande Irmão está de olho em tudo o que você faz... como ele consegue isso?!

Não é isso que os "voyers" gostam de ver?! Se num programa tem gente "se pegando", brigando e fazendo nada, é quase certo que fará sucesso (o "escrachado" BBB dá mais audiência que a "recatada" Fazenda), já que vivemos numa sociedade em que o privado não existe mais, onde é "bacana" "dar uma espiadinha" na vida alheia, onde as pessoas adoram dar pitaco no que os outros devem ou não fazer. Resumindo: vivemos numa sociedade onde é legal ficar de olho nos outros, numa espécie de versão aumentada (e piorada) da realidade descrita por George Orwell no livro 1984, onde a frase "O Grande Irmão está te observando" foi cunhada, dando origem ao outro Grande Irmão que conhecemos e a suas variações! Falta pouco para entrarmos num colapso de privacidade. Quando isso acontecer, chegaremos à era do teto de vidro. Alguém está pronto pra isso?!

Ah, a resposta à pergunta do título do post é simples: nenhum dos dois! Parei de ver o BBB no segundo dia. E nem vou falar de "A Fazenda". Aliás, quem foi o último a sair?! Alguém sabe?!

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

ESPECIAL: Os novos novatos do jornalismo UFAL!!


Hoje, dia 08 de janeiro de 2010, a Universidade Federal de Alagoas conheceu seus novos estudantes. No PSS (Processo Seletivo Seriado... o vestibular daqui), ocorrido no fim do ano passado, 28.000 pessoas se inscreveram para as 3.503 vagas oferecidas para o campi Maceió. No início desse ano, quando foi divulgado o resultado da prova ocorrida no fim de 2008, o blog dos estudantes que estavam organizando a IX Semana dos Estudantes de Comunicação (a.k.a SECOM) disponibilizou uma lista com o nome de todos os aprovados (onde constava, inclusive, o nome desse que vos fala). Essa lista ganhou o nome de "Os nomes dos bois" (em alusão àquela famosa máxima que pede o nome das pessoas citadas numa história!).

Como até agora, 22:33 do dia 08, essa tal lista não apareceu, e os "feras" (pra quem mora em S.P. os famosos "bixos") ainda não deram as caras nas redes sociais (provavelmente por estarem enchendo a cara enquanto comemoram o resultado), resolvi me antecipar e, num momento "sou dono de cursinho e quero que o mundo saiba que aqui a taxa de aprovação foi alta", vou colocar aqui a lista de aprovados nos dois turnos disponíveis, diurno e noturno, na UFAL! And the nominees are...

COMUNICAÇÃO SOCIAL - JORNALISMO - DIURNO - MACEIÓ

AMANDA GOMES DE OLIVEIRA
BÁRBARA MARIA DE BARROS BEZERRA
BRUNO VANDERLEY DE GÓES
CAMILA PEIXOTO BRAGA
CARLOS HENRIQUE CARVALHO COSTA JÚNIOR
ELVYS DOS SANTOS PEREIRA
ERICK ROMMELL FERREIRA BALBINO
GLÓRIA MARIA VIEIRA DAMASCENO
HILDA PRISCILA DA SILVA
JOÃO PAULO DAS CHAGAS MACENA
JOÃO VICTOR ALVES DE GUSMÃO BARROSO
JOAO VITOR TEIXEIRA CASTRO CORREA
JULIANA COSTA CAVALCANTE
JULIANA MAYARA CAVALCANTI DE BARROS SANTOS
LETÍCIA PASCOALINO GONÇALVES
LUIZ HENRIQUE MOURA LOPES
LYARA CLARA MUNT E SILVA
MANUELLA DE MIRANDA VIEIRA
MARCELA TERRA VALE
MAXWELL DOS SANTOS MONTEIRO
NICOLLAS EMIDIO TAVARES SERAFIM
PAULO ANDRÉ SILVER VIEIRA
PAULO JOSÉ VERAS GONÇALVES
RAFAEL VILLANUEVA TEIXEIRA
RAFAELA MELO DE ALMEIDA
RENATA MARIA RAMIRES BARACHO
SUSANIQUELE DA SILVA MENDES
TAMIRES FAUSTO MENESES
TAYNÃ GOMES DE MELO
TAYNARA PRETTO TENÓRIO DA CUNHA
VICTOR HUGO MENEZES DE FARIAS
VIVIANE PEREIRA DIÉGUES DE ARECIPPO
FERNANDA FERREIRA DE JESUS
MARIA ELIVANIA SILVA SANTOS
ROSIANE MARTINS DA SILVA
SUYANE DE MENESES SILVA
VIVIANE TIMOTEO DE ARAUJO
AMOM NUNES CAMILO
FERNANDO ANTÔNIO DE LIMA E SILVA
MADYSSON WESLLEY DA SILVA

COMUNICAÇÃO SOCIAL - JORNALISMO - NOTURNO - MACEIÓ

ALINE MARIA BEZERRA PEREIRA
ANDERSON RICARDO JANUÁRIO DA SILVA
ARTUR OLIVEIRA DE ASSIS
AYRLLA MACHADO CORREIA VILA NOVA
BRUNO CAVALCANTE PEREIRA
CARLOS VICTOR COSTA SILVA
DANIEL FELIPE TEIXEIRA TORRES
DAYANE BATISTA DA SILVA
ERICKA MILENA ALVES DE ANDRADE
EVELLYN DE LIMA PIMENTEL
FELIPE DE SOUZA HENNING
FLÁVIO MARCÍLIO MAIA E SILVA JÚNIOR
GEANE DA SILVA
GILDEVAN FIRMINO DOS SANTOS
GUILHERME MILESI
ISABEL CRISTINA TELES PEREIRA LIMA
ISADORA EMILIANO DOS SANTOS
ITAWILTANA CAMELO DE MACENA ALBUQUERQUE
JEFFERSON MONTENEGRO BARBOSA XAVIER
JÉSSICA ANTONIELLE OLIVEIRA SILVA
LUCAS COSTA DE ALMEIDA
LUCAS DE OLIVEIRA LEITE
LUCAS FRANÇA DA SILVA
MARIA LUIZA SOARES DE MELO
MARIA OLÍVIA CORREIA MATIAS
MILENA MONTEIRO BARBOSA
MILTON GUEDES DOS SANTOS NETO
PATRICK EDUARDO ROCHA DA SILVA
PRISCILLA PEIXOTO BANDEIRA
ROBERISON ELIAS XAVIER SILVA
RUDSON LOPES DE AQUINO
SERGIO IVO CORRÊA COSTA
THIOGO DA ROCHA BENTO
YURI MENEZES MOURA
ALINE PEREIRA DA SILVA LIMA
JOELMA LEITE DE SOUZA
ANDRÉ DO NASCIMENTO
MARCOS JORDÃO FERREIRA CAVALCANTE
NELDSON MARCOS ALVES DOS SANTOS MENDONÇA
VANDEJER ADRIAN MELO DAS CHAGAS FILHO


Pronto, aí estão os nomes "dos bois". Espero que gostem da UFAL! Eu gosto! Ah, antes de encerrar essa post mais que factual (não sei nem se ele vai ficar muito tempo por aqui), tenho que adicionar mais dois nomes à essa lista: minha prima Isabele de Morais Costa e minha amiga Mariana Barbosa, que passaram em Ciências Sociais e Química, respectivamente! Parabéns a todos!!! E... se algum dos novatos estiver lendo esse post, recomendo a leitura desse texto aqui: "A magia da UFAL"... vá por mim, nele tem coisas que você TEM que saber!!

Prolixo?! Quem?!

Recentemente, recomecei a leitura de um livro que ganhei de aniversário da minha turma de jornalismo lá da UFAL (aliás, esse livro eu peguei no lugar do outro que me deram e, por respeito aos leitores desse blog, não vou citar nem o título nem a autora!). O título em questão se chama "Sorte e Arte*" e foi escrito pelo jornalista José Roberto de Alencar (o homem do borsalino). Nesse livro, ele fala um pouco de suas técnicas "nada ortodoxas" para conseguir furos e topos da primeira página das revistas e jornais onde trabalhou (o que, como já disse aqui nesse blog certa vez, o levou a um "furo" numa revista de química".

Num dos trechos do livro, ele mostra um texto que escreveu como crítica aos repórteres que enchiam seus textos com palavras e expressões difíceis, o que dava um trabalho "monstro" para o editor (nesse caso, o próprio Alencar) transformar a linguagem em algo mais claro para os leitores. Esse texto deveria, a princípio, ser deixado em cada estação de trabalho na redação, mas acabou indo parar na (disputada) coluna de opinião do Jornal do Brasil, em 13 de abril de 1990 (um mês antes de eu nascer!) e correndo as redações dos outros jornais, como "O Globo". Segue abaixo texto que Alencar publicou em seu livro (e mais uma vez, aqui entra um texto que não é meu... prometo que essa é a última vez que isso acontece!):

Pra onde mesmo?!
[Imagem: Prolixo, poesia concreta por André Daniel]

Pobre Magri. Caiu na besteira de neologismar e caíram de pau nele. Quem pensa que é para falar difícil? Acaso julga o vernáculo tão mexível? Pior que é. Seu colega ministro, Bernardo Cabral, não se acanha de trocar confiança por confiabilidade; deputados como José Genoino adoram seu posicionamento; advogados como Otto Eduardo Lizeu Gil escrevem que o nosso opinamento...; todo policial fala culpabilidade e viatura em vez de culpa e carro; médicos consideram estacionário o estado do infeliz paciente, assim reduzido a motor diesel; e de faxineiros a executivos discutem - a nível de cidadãos - monetizações e titularidades. Sem o menos rubor.

A imprensa se encarrega de publicar, de divulgar a baboseira. Mal pago, mas pago exatamente para traduzir complicações e balelas obtusas, o jornalista deveria apresentar a chorumela em linguagem de gente. Clareza é dever de ofício em qualquer ofício, principalmente nos ofícios da palavra.

Na imprensa, até deixou de ser por uns tempos, quando a tal de ditadura militar atiçou a censura nos jornais e foi preciso complicar o texto para engrupir censor burro na prosa enrolada. Falar difícil foi a solucionática. Dever mais alto se alentava - o de levar informação ao leitor a qualquer custo - e à clareza restou o brejo.

Como na inesquecível firula do correspondente em Brasília, que passou à matriz paulista este telex: "Moço cai ao tropeçar nas estelares mangas de um quepe." Toureou o boi da linha e informou a razão da queda do presidente do Banco Central, flagrado em ternas lides com a amada de um general.

Também dos ásperos tempos vêm as implantações, as implementações e outros horrores. A obviedade apagou o óbvio. Broca e faca não mais furavam - perfuravam. A profundidade sepultou a velha fundura. E nos jornais, ninguém mais disse - todos os entrevistados passaram a alegas, comentar, explicar, pontificar, delimitar, frisar, disparar ou insinuar. Houve até quem obtemperasse.

Veio a abertura, foram-se os censores. Mas a herança da enrolação ficou. A mais famosa frase do mundo - to be or not to be - não tem, na maioria dos idiomas, uma única palavra com mais de três letras. Mas nesta marcha, em breve ser ou não ser vira existenciabilizar ou inexistenciabilizar.

Se se ganhasse por letra, estava explicando por que se xinga a miséria de miserabilidade (nem sinônimo é), o pão de complementação alimentar e os ônibus urbanos de veículos das empresas concessionárias de transporte coletivo municipal. O inclusive usurpou o até. Para virou visando a ou com o objetivo de. O verbo obstar (obstáculo) gerou um novo verbo: obstaculizar.

De fato, está no dicionário. Mas a frescura entoja a conversa, complica a leitura e desanima o leitor. E o erro vem a cavalo. Como o do narrador de corridas Galvão Bueno, que confunde a posição com o posicionamento - ato de tomar posição. Ou o do jornal paulista que, para economizar greve estampou movimento de paralização. Ou ainda o de empresários penalizados pelo pacote imexível. Confundem o apiedado, o condoído, com o castigado, o punido com uma pena.

Pena dava, aliás, a Agência Nacional convocando brasileiros e brasileiras para o pronunciamento do presidente Sarney: um acadêmico de fardão e pose devia saber que quem faz pronunciamento é canhão. Já nem tem mais graçaum cartola corintiano como Vicente Matheus considerar imprendível, introcável e imprestável [sic] o jogador Sócrates. Agora, deita-se gozação em cima de Magri, inventorde uma palavra muito melhor do que intocável para traduzir seu zelo pelo pacote de Zélia.

Pelo autoritarismo, por defender a imexibilidade do pacote, o Rambo nativo merece o pau levado. Mas quem se atém ao imexível ataca pela beirada, erra a cacetada. Igualmentegrave (além de não lhe fazer o gênero) seria Magri rotular o pacotede intagível, invulnerável, inatacável. Pois grave é a essência da fala, o autoritarismo do Maciste, a prepotência do conceito. Esta acabou perdoada - perdão! - perdoabilizada.

Bem, acho que não precisa dizer mais nada, precisa?! Por isso, vamos tratar de ser claros, o máximo possível!! Ser prolixo até que é legal (eu mesmo adoro palavras difíceis e que ninguém usa), mas também não precisamos exagerar!

*ALENCAR, José Roberto de. Sorte e Arte. São Paulo: Editora Alfa-Ômega, 1999, 4 ed. rev. ampl. e il.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

E o ENADE?! O gato comeu!!

ENADE?! O que é isso?! É de comer?!

No dia 8 de novembro do ano passado, milhares de estudantes universitários em todo o Brasil fizeram a prova do ENADE, o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes, que busca avaliar a qualidade do ensino superior do nosso país. Aliás, o resultado dessa prova é tão importante que o MEC se baseia nela para distribuir o orçamento das instituições de ensino superior e para manter abertos ou fechar os cursos que não conseguirem um resultado no mínimo "satisfatório".

Apesar de todo esse peso, muitos inscritos não compareceram no dia da prova ou, por algum motivo, não conseguiram entrar nos locais onde a avaliação estava sendo aplicada. Outros ainda seguiram o conselho da UNE e boicotaram a prova. Para isso, a instituição estudantil alega que o ENADE não prova nada (se tornando um "ENADA"... hahahaha...ha, ha...er...) e que seu método de avaliar as instituições é falho, arcaico e não funciona como deveria.

Outra coisa que também marcou o dia da prova foram algumas reclamações de estudantes sobre seu conteúdo e até a quebra de uma regra que só liberava o estudante com o caderno de questões meia hora depois do início da avaliação. Um estudante de Brasília saiu meia hora depois de assinar a presença, mas com o caderno de questões embaixo do braço. Esse caderno foi parar nas mãos do DCE da UDF e teve seu conteúdo lido em voz alta (com o auxílio de um mega-fone) em frente a um dos locais de prova.

Mas essas são águas passadas e já não dá mais pra consertar as bobagens cometidas pela organização ou o desempenho fraco de alguns estudantes... aliás, esse último caso pode sim ser mudado. Aliás, já está mudando!

54. Guarde esse número, pois essa é a quantidade de questões anuladas (até o momento) no ENADE. 43 questões vieram se somar às 11 já anuladas da prova de Comunicação Social, ainda no ano passado. Esse alto número de perguntas consideradas inválidas já é recorde, desde que a prova começou a ser aplicada em 2004. Só para efeito de comparação, segundo dados divulgados hoje, 6, em 2008 a prova só teve 23 perguntas invalidadas.

Em outras palavras, a organização conseguiu quebrar um recorde negativo, chegando a deixar o valor maior que o dobro da prova de 2008! Quando você já viu isso acontecer numa avaliação do tamanho do ENADE?!

Um exemplo de questão eliminada que já ficou famoso é o da 19ª questão da prova de Comunicação Social, onde podíamos ler "Luís (sic) Inácio Lula da Silva", além de um pedido para analisarmos a reação da imprensa diante da afirmação do presidente, que chamou a crise econômica de "marolinha". Como a questão era daquelas que não tinha resposta errada, (e nem certa, creio eu) foi anulada alguns dias depois de ser aplicada.

A tal questão anulada. Eu até tentei tirar a foto da minha prova (que guardo até hoje), mas minhas técnicas fotográficas falharam miseravelmente, então, aí está uma imagem vinda da internet mesmo! [reprodução]

O MEC vai avaliar cada uma das 54 questões anuladas e, se ficar comprovado que houve incompetência por parte da CONSULPLAN na hora da elaboração das provas, a empresa pode até ser proibida de participar da elaboração de outras avaliações, sejam elas de concursos públicos, vestibulares ou provas ao estilo do ENADE. Segundo o INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), que avalia o resultado das provas, o dano da eliminação de tantas questões será pequeno para os estudantes, já que as anuladas contarão como respostas corretas. O instituto também salienta que "Se fosse uma prova como o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), anular tantas questões inviabilizaria que as universidades usassem a prova para escolher seus novos alunos. Com o Enade, isso não acontece", além de que o número de anulações cresceu tão assustadoramente porque o número de cursos avaliados também cresceu (tá, se eles tão dizendo...).

Sabe d'uma coisa?! Acho que estou começando a concordar com a UNE. Vamos torcer para que nas próximas provas a coisa não se repita, senão toda a credibilidade e seriedade da avaliação vai chegar a níveis mais baixos do que já está. E, convenhamos, a imagem do MEC não está menos queimada... Como diria o "desbocado e inconsequente" Boris Casoy, "isso é uma vergonha!"

Fonte: R7 (sim, o portal que ganhou esse post elogioso aí embaixo!!)

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

"Opa, eu disse isso alto?!"

Tem gente achando que ele deveria ficar assim pra sempre... ah, e Boris já ganhou seu artigo na "Desciclopédia"!

Acabam hoje as férias (forçadas) deste que vos fala, já que, finalmente, consegui sentar na frente do computador por mais de 15 minutos. E o fim do descanço não poderia ter vindo em hora mais oportuna, já que, há alguns dias, um renomado jornalista cometeu uma gafe sem tamanho, que está custando muito caro à sua imagem diante do público. Já sabe de quem eu estou falando? Não?! Onde você esteve nesses últimos dias?! Bem, eu estou falando de Boris Casoy, que, num momento de pura desatenção, "sinceridade extrema" e falha técnica num momento muito inoportuno acabou protagonizando algo "feio", e que acaba abrindo brecha para uma discussão sobre o assunto.

Antes de continuar, dê uma olhada nesse vídeo, que foi gravado na ida ao intervalo do "Jornal da Band", do dia 31/12/2009:



Num vazamento de áudio, os telespectadores da Band puderam ouvir o comentário que o âncora do jornal, Boris Casoy, fez sobre os garis, depois que alguns deles apareceram desejando feliz ano novo para as pessoas. "Que m$@%&... dois lixeiros desejando felicidades... do alto de suas vassouras... dois lixeiros... o mais baixo da escala do trabalho...". Essas foram as palavras do jornalista. Elas, diga-se de passagem, repercutiram rapidamente entre os internautas, e o vídeo da "gafe" já foi visto quase 1 milhão de vezes no Youtube.

Vamos pular o óbvio fato de que esse foi um ato extremo de preconceito por parte do jornalista, que foi muito infeliz no que disse e que, pelo som de risadas no vídeo, foi apoiado pelos seus companheiros de bancada. O problema de fato está na reação das pessoas que assistiram ao vídeo e deram sua opinião, seja nos comentários do próprio vídeo, seja em alguns blogs "especializados" em TV (que já "comeram" muito da minha paciência e vão ganhar um "gentil" post em breve...). As pessoas estão, pode-se dizer assim, pedindo a cabeça do jornalista pelo que ele disse. Algumas estão indo mais longe, jogando a culpa na emissora onde ele trabalha, alegando que "quem faz uma emissora são as pessoas que trabalham nela. Então, as opiniões que elas expressam são as mesmas de seus patrões".

Vou repetir: é mais do que claro que o que o Boris fez é muito errado e até feio por parte de um jornalista do porte dele, mas ainda mais feia é a reação quase infantil de alguns que comentaram o fato. É como se toda uma carreira fosse destruída por conta de um comentário feito numa hora errada ou colocado no ar por algum equívoco.

Não, eu não estou defendendo o preconceito, o Boris ou a Band. Nem maldizendo quem se sentiu ofendido pelo que foi dito. O que eu estou tentando argumentar aqui é que estamos num país em que existe liberdade de expressão e, mais importante, de pensamento. A hora em que o comentário apareceu foi inoportuna? Foi (e muito)! Mas alguém pode criticá-lo por pensar assim? Poder até pode, mas não a ponto de querer fazê-lo mudar de ideia , "destruí-lo" ou desejar uma morte lenta e dolorosa pra ele. Isso iria contra a constituição, além de parecer muito com o que foi feito durante a ditadura em nosso país, época em que niguém podia expor seus pensamentos de maneira clara.

Eu discordo totalmente do Boris nesse negócio de "gari é uma profissão baixa". Muito pelo contrário. Pode parecer até um discurso piegas e batido, mas gari é uma profissão tão digna quanto qualquer outra e tão imprescindível como poucas. Concordo inclusive com o fato de que ele perdeu uma ótima oportunidade de ficar calado. Mas também acho que qualquer pessoa pode pensar da maneira que quiser sobre qualquer assunto. É sábio que as pessoas mudem de opinião, reconhecendo que estão erradas. Mas enquanto isso não acontece, elas têm todo direito de achar o que quiser! Tá lá na constituição, poxa!! Mas, do mesmo jeito que todos temos liberdade pra pensar, também temos liberdade para discordar. E isso foi o que as pessoas que assistiram a essa cena fizeram. Só que da maneira errada, partindo, inclusive, para a baixaria, xingando jornalista e emissora de todos os nomes possíveis (alguns impublicáveis nesse espaço).

Outra coisa: nem sempre o que é dito por um jornalista reflete a opinião do grupo para quem ele trabalha. Os telespectadores que se sentiram ofendidos ou algo do tipo têm que saber separar o pessoal do coletivo. Quando algo desse tipo acontece, geralmente há alguma retratação ou editorial, informando o que realmente se passa na cabeça dos chefes de jornalista "A" ou "B". No caso do "JB", o próprio Boris tratou de se desculpar durante o jornal do dia seguinte. Algumas pessoas não desculparam o jornalista e, pelo que dá pra ver, esse assunto ainda vai render muito, além de respingar para sempre na imagem do âncora, mas, pessoal, vamos ser um pouco mais maduros e encarar isso como um fato isolado, que não pode fazer ruir uma carreira inteira. Outra coisa, se as pessoas fossem tão "certinhas" assim, não ficaríamos calados diante das safadezas de nossos políticos, que, entra ano, sai ano, continuam lá, xingando meio mundo de eleitores e na "maciota", brincando com nosso dinheiro, com a nossa cara e com a nossa vida. Isso sim, pra mim, "é uma vergonha". [em outras palavras, nós temos mais com o que nos preocupar ao invés de ficar "chutando cachorro morto"!].

Vou encerrar esse assunto por aqui citando Voltaire, um filósofo francês: "Desaprovo o que você diz, mas defenderei até a morte seu direito de dizê-lo". Concordo plenamente... apesar da frase não ser exatamente dele... mas, quem liga?!

P.S.: Por falta de ideia melhor, resolvi usar como título desse post uma frase que, durante o fim do ano, eu repeti inúmeras vezes depois de falar alguma coisa sem pensar (imagine quantas vezes foram e em que situação isso ocorreu... é melhor deixar pra lá!)

Fontes: Yahoo! Brasil; Época Online (é, dessa vez, nada de R7!)