segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

"Opa, eu disse isso alto?!"

Tem gente achando que ele deveria ficar assim pra sempre... ah, e Boris já ganhou seu artigo na "Desciclopédia"!

Acabam hoje as férias (forçadas) deste que vos fala, já que, finalmente, consegui sentar na frente do computador por mais de 15 minutos. E o fim do descanço não poderia ter vindo em hora mais oportuna, já que, há alguns dias, um renomado jornalista cometeu uma gafe sem tamanho, que está custando muito caro à sua imagem diante do público. Já sabe de quem eu estou falando? Não?! Onde você esteve nesses últimos dias?! Bem, eu estou falando de Boris Casoy, que, num momento de pura desatenção, "sinceridade extrema" e falha técnica num momento muito inoportuno acabou protagonizando algo "feio", e que acaba abrindo brecha para uma discussão sobre o assunto.

Antes de continuar, dê uma olhada nesse vídeo, que foi gravado na ida ao intervalo do "Jornal da Band", do dia 31/12/2009:



Num vazamento de áudio, os telespectadores da Band puderam ouvir o comentário que o âncora do jornal, Boris Casoy, fez sobre os garis, depois que alguns deles apareceram desejando feliz ano novo para as pessoas. "Que m$@%&... dois lixeiros desejando felicidades... do alto de suas vassouras... dois lixeiros... o mais baixo da escala do trabalho...". Essas foram as palavras do jornalista. Elas, diga-se de passagem, repercutiram rapidamente entre os internautas, e o vídeo da "gafe" já foi visto quase 1 milhão de vezes no Youtube.

Vamos pular o óbvio fato de que esse foi um ato extremo de preconceito por parte do jornalista, que foi muito infeliz no que disse e que, pelo som de risadas no vídeo, foi apoiado pelos seus companheiros de bancada. O problema de fato está na reação das pessoas que assistiram ao vídeo e deram sua opinião, seja nos comentários do próprio vídeo, seja em alguns blogs "especializados" em TV (que já "comeram" muito da minha paciência e vão ganhar um "gentil" post em breve...). As pessoas estão, pode-se dizer assim, pedindo a cabeça do jornalista pelo que ele disse. Algumas estão indo mais longe, jogando a culpa na emissora onde ele trabalha, alegando que "quem faz uma emissora são as pessoas que trabalham nela. Então, as opiniões que elas expressam são as mesmas de seus patrões".

Vou repetir: é mais do que claro que o que o Boris fez é muito errado e até feio por parte de um jornalista do porte dele, mas ainda mais feia é a reação quase infantil de alguns que comentaram o fato. É como se toda uma carreira fosse destruída por conta de um comentário feito numa hora errada ou colocado no ar por algum equívoco.

Não, eu não estou defendendo o preconceito, o Boris ou a Band. Nem maldizendo quem se sentiu ofendido pelo que foi dito. O que eu estou tentando argumentar aqui é que estamos num país em que existe liberdade de expressão e, mais importante, de pensamento. A hora em que o comentário apareceu foi inoportuna? Foi (e muito)! Mas alguém pode criticá-lo por pensar assim? Poder até pode, mas não a ponto de querer fazê-lo mudar de ideia , "destruí-lo" ou desejar uma morte lenta e dolorosa pra ele. Isso iria contra a constituição, além de parecer muito com o que foi feito durante a ditadura em nosso país, época em que niguém podia expor seus pensamentos de maneira clara.

Eu discordo totalmente do Boris nesse negócio de "gari é uma profissão baixa". Muito pelo contrário. Pode parecer até um discurso piegas e batido, mas gari é uma profissão tão digna quanto qualquer outra e tão imprescindível como poucas. Concordo inclusive com o fato de que ele perdeu uma ótima oportunidade de ficar calado. Mas também acho que qualquer pessoa pode pensar da maneira que quiser sobre qualquer assunto. É sábio que as pessoas mudem de opinião, reconhecendo que estão erradas. Mas enquanto isso não acontece, elas têm todo direito de achar o que quiser! Tá lá na constituição, poxa!! Mas, do mesmo jeito que todos temos liberdade pra pensar, também temos liberdade para discordar. E isso foi o que as pessoas que assistiram a essa cena fizeram. Só que da maneira errada, partindo, inclusive, para a baixaria, xingando jornalista e emissora de todos os nomes possíveis (alguns impublicáveis nesse espaço).

Outra coisa: nem sempre o que é dito por um jornalista reflete a opinião do grupo para quem ele trabalha. Os telespectadores que se sentiram ofendidos ou algo do tipo têm que saber separar o pessoal do coletivo. Quando algo desse tipo acontece, geralmente há alguma retratação ou editorial, informando o que realmente se passa na cabeça dos chefes de jornalista "A" ou "B". No caso do "JB", o próprio Boris tratou de se desculpar durante o jornal do dia seguinte. Algumas pessoas não desculparam o jornalista e, pelo que dá pra ver, esse assunto ainda vai render muito, além de respingar para sempre na imagem do âncora, mas, pessoal, vamos ser um pouco mais maduros e encarar isso como um fato isolado, que não pode fazer ruir uma carreira inteira. Outra coisa, se as pessoas fossem tão "certinhas" assim, não ficaríamos calados diante das safadezas de nossos políticos, que, entra ano, sai ano, continuam lá, xingando meio mundo de eleitores e na "maciota", brincando com nosso dinheiro, com a nossa cara e com a nossa vida. Isso sim, pra mim, "é uma vergonha". [em outras palavras, nós temos mais com o que nos preocupar ao invés de ficar "chutando cachorro morto"!].

Vou encerrar esse assunto por aqui citando Voltaire, um filósofo francês: "Desaprovo o que você diz, mas defenderei até a morte seu direito de dizê-lo". Concordo plenamente... apesar da frase não ser exatamente dele... mas, quem liga?!

P.S.: Por falta de ideia melhor, resolvi usar como título desse post uma frase que, durante o fim do ano, eu repeti inúmeras vezes depois de falar alguma coisa sem pensar (imagine quantas vezes foram e em que situação isso ocorreu... é melhor deixar pra lá!)

Fontes: Yahoo! Brasil; Época Online (é, dessa vez, nada de R7!)

2 comentários:

Lucas Almeida disse...

ISSO É UMA VERGONHA!!!!!!!!!!

Derek Gustavo disse...

Prefiro chamar de "abrindo a boca pra falar a coisa errada na hora errada"...
Ou, como diria nosso amigo Freud, um "ato falho"!
=D
Thanks 4 the comment!